quarta-feira, 30 de junho de 2010

Filhos e enteados?

Diz uma senhora, que estava à esquina a ver passar as marchas:  
- Olha! a nossa marcha!
Pergunta-lhe outra; 
- Mas nossa porquê? 
Responde a primeira:
- Então, porque é a Centro Comunitário!
Ao que a outra respondeu, com algum escândalo:
- E eu a julgar que eram todas nossas e todas apoiadas pelo Centro Comunitário.
Significa o quê este diálogo? Que uns foram filhos e outros enteados? Que houve marchas apoiadas pelos que são pagos pela Câmara e outras não? Que umas foram beneficiadas com subsídios e outras não? Afinal, o que é que se passa em termos de política cultural nesta terra? 
Palavra que gostava que me fossem dadas respostas porque estou baralhado: nem os critérios, nem a orientação da acção que tem estado a ser desenvolvida pelo pelouro da cultura são muito claros. Com toda a sinceridade que não vejo diferença em relação ao que antes era feito. E isto parece-me tão pouco aceitável que chego o pôr em dúvida a minha capacidade para avaliar certas situações. É que me custa muito acreditar que aquilo que está a ser feito é, afinal de contas, apenas mais do mesmo... Então, para quê tanto barulho?
Será que houve aqui um enorme erro de "casting" e foram escolhidas pessoas que não têm qualquer competência para mudar as coisas?
Para finalizar, gostaria de saber o que se tem gasto com esta chamada política cultural.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Efeméride

"Vai ser inaugurado no próximo dia 28, Domingo, pelas 10.30 horas, o Complexo de Piscinas Cobertas da Fonte Nova, numa cerimónia que será presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, João Burrica, o Presidente do Conselho de Administração da Campiscinas, S.A., Dr. Rui Pingo, e pelo Sr. Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Dr. Laurentino Dias.

"Durante a cerimónia de inauguração vão decorrer algumas demonstrações das modalidades que vão estar ao dispor de todos os utilizadores do complexo.

Esta infra-estrutura, pioneira em toda a região do Alentejo, vai contar com uma piscina semi-olímpica, uma piscina de aprendizagem com rampa de acessibilidade para pessoas de mobilidade reduzida, e duas salas totalmente equipadas para os diferentes tipos de actividades desportivas como aeróbica, cardiofitness, halterofilismo, entre outros. O complexo conta ainda com uma zona dedicada ao bem-estar e lazer com sauna, banho turco e jacuzzi.

Além das benesses a nível desportivo, este complexo conta ainda com vários espaços ajardinados interiores e exteriores, fáceis acessibilidades e estacionamento, zona de bar e restauração, serviço de babysitting e ainda uma bancada com capacidade para 288 pessoas."
(Notícia no Portal da Câmara Municipal de Campo Maior)


Parecia tudo tão fácil, não parecia? Tudo muito bem, muito lindo, na santa paz dos anjos. E as eleições à porta... E agora? Já sabemos a realidade desta situação. O grande imbróglio que foi criado e deixado à actual gestão municipal.

Parece que, ao fim e ao cabo, não passa de mais um elefante branco neste país onde se tem gasto o dinheiro que se não tem em obras de fachada. Ou será que por detrás delas terão existido outros interesses menos confessáveis?


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Alterações

A vida tem destas coisas. Às vezes as que mais correspondem aos nossos desejos, acabam por trazer grandes alterações às nossas rotinas. Acontece que novas responsabilidades profissionais trazem maior ocupação de tempo e novas preocupações. Assim sendo, fica reduzida a disponibilidade para outras actividades. A assistência que dava a este blogue e que muito me divertia, fica reduzida. Neste momento, nem sei avaliar quanto. A periodicidade de postagens vai ser menos frequente.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Velhos tempos


O interesse do texto que a seguir se transcreve, é enorme se atendermos ao valor que tem como testemunho de um tempo que, hoje, pode parecer de outro mundo, para aqueles que têm menos de trinta anos. Era assim a vida das gerações anteriores. O texto testemunha um tempo em que nas famílias havia consideração, solidariedade e muito afecto entre os mais novos e os mais velhos. O egoísmo que hoje parece predominar, era a excepção e indicava a má índole de quem o adoptava como regra de comportamento.
Com a devida vénia aqui publico uma parte do texto que pode ser lido na íntegra, aqui.

" Era um céu alto, sem resposta, cor de frio, aquele que um dia olhei quando foi necessário decidir se ia ou não para o liceu, por ter terminado a escola primária. Eu queria e não queria ir. Queria, porque desejava muito continuar a estudar, visto ser bom aluno e pretender, no futuro, alcançar uma carreira de que muito gostava, ser professor. Por outro lado, não queria continuar a estudar, para não tornar mais pesada a vida de meus pais que, coitados, mal ganhavam para comer e que, com o meu ingresso no liceu, que distava alguns quilómetros da minha aldeia, não lhes chegaria o dinheiro para matar a fome.
E, como o céu não respondeu tive de decidir. Resolvi não ingressar no liceu, porque as portas estavam fechada, para mim e para outros como eu, devido aos malefícios da injusta sociedade fascista que, da insuficiência de subsistência não nos livrava..."
( Texto publicado no Blog Alcino Cirilo, Domingo, 13 de Junho de 2010)

Quantas foram as vidas adiadas? Quantos foram os projectos de vida que abortaram em nome de uma visão absurda, cega, fora do tempo e da razão, a que chamavam estupidamente Pátria e que mais não era do que a cruz onde crucificavam os seus concidadãos?
E quantos, ainda hoje, rezam pelo mesmo livro?
Malditos os que agem contra o que deve ser o justo entendimento das coisas!

sábado, 19 de junho de 2010

Saramago morreu

Morreu o homem que foi chamado de José. Mas o escritor José Saramago, continuará vivo por muitos e muitos anos. Os grandes escritores não morrem. Ficam para além da morte porque a sua obra os faz viver num tempo que é muito maior que o tempo da sua vida.
Dizem de José que foi um homem integro porque se assumiu inteiro na coerência das suas crenças e coragem da defesa das suas convicções.
Mas o povo que nunca rejeitou, mas que o não soube inteiramente amar, nem defender, tornou -lhe pequena a terra que tanto amava. Por isso partiu para sempre regressar. Mesmo agora depois que morreu.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os Videirinhos

Julgam-se especiais por terem feito opções que não são as habituais. Julgam-se espertos porque enganam e porque se aproveitam de todos os tolos e tolas que lhes passam ao alcance e se põem a seu jeito.
São pouco cultos e entretém-se a produzir enfeites como se de verdadeira arte se tratasse. Na maioria das vezes, as habilidades que exibem como artísticas não passam de arrebiques de gosto muito discutível. No fundo, não têm nem saber, nem grande jeito, porque aquilo que parece gosto, lá bem no fundo, não passa de trejeitos e de imitações de pouco valor.
Os Videirinhos não são censuráveis pelas escolhas de vida que fizeram ou que lhes calhou em sorte, devido à sua natureza. Mas são censuráveis por não terem carácter, por viverem de vigarices e trapaças, por desdenharem de tudo e de todos, sobretudo daqueles que conseguem dominar e manter sob a sua influência. A esses, exploram-nos com a sua insaciável ambição de vantagens e proveitos. 
Infelizmente, haverá sempre criaturas desajeitadas e idiotas deslumbradas para sustentarem os vícios, as vaidades e as maldades dos Videirinhos deste mundo.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Diferentes modos de ver as coisas

Há empresários que reduzem a sua função e as suas obrigações à maneira mais simplificada que existe de as entenderem. São, no fundo e apenas, simples sacadores de lucros e acumuladores de riqueza. Por isso, mantêm uma atitude de insensibilidade e de total indiferença perante as questões sociais. Chama-se a isto "capitalismo selvagem".
Outros empresários conseguiram entender que o grande segredo da economia capitalista mais evoluída consiste em os empregadores entenderem que, concedendo aos trabalhadores condições de emprego com salários aceitáveis, em troca estes deixam de fazer demasiadas reclamações e tornam-se menos dispostos a aceitarem propostas políticas muito radicais. A este entendimento, chama-se "sistema de concertação social" que exige delicadas e complexas negociações. 
Também na política, acontece haver políticos que não entendem bem a sua função. Metem-se no meio deste conflito com propostas estranhas e acabam por estragar tudo. Na ânsia cega de conseguirem manter  o poder, acabam por fomentar conflitos em que já não se trata de uma luta entre ricos e pobres, mas  de uma coisa absurda que consiste em fazer do poder politico uma arma de ataque ao poder económico. Ora, isto resulta quase sempre numa de duas coisas: ou o poder económico é mais forte mete o poder político na ordem, ou o poder político é usado para outros enriquecerem à sua custa. E isto é, na maior parte dos casos, a razão de ser das grandes corrupções que se verificam, sobretudo a nível do poder autárquico.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Que cultura?

É  triste constatar que, em muitas autarquias, se propagandeiam certas actividades de gosto e de utilidade muito duvidosos, intitulando-os de política cultural. Em quase todas, há mesmo departamentos a que chamam da cultura mas que, efectivamente, se limitam a funcionar como centros de promoção e realização de actividades  a que  se tornou moda chamar eventos. O mais grave são os recursos financeiros que são consumidos nessas realizações. Como são coisas de pouco ou nenhum valor em termos culturais, dos quais não se tira nenhuns proveitos, deles nem sequer fica grande memória. Acabam por ser apenas sorvedoiros de esforços e de dinheiro. 
Ainda por cima, há a tendência de chamar a isto cultura popular, o que ainda complica mais a questão. A cultura popular é um assunto sério que tem de ser bem analisado. O que muitas vezes se faz é inventar umas titaradas e chamar-lhes cultura popular. Ora, a cultura de uma comunidade é a melhor maneira de compreendermos como evoluiu ao longo do tempo. Não porque ela se limite aquilo que conseguiu realizar no passado. Mas porque isso pode mostrar se tem ou não capacidade para dar resposta às necessidades e aos problemas que tem de enfrentar no presente. 
Em Portugal nunca se falou e exaltou tanto o passado como no regime salazarista. No entanto, como era um passado inventado, nunca o nosso país foi tão pobre do ponto de vista da cultura. O mesmo acontece hoje com certas políticas culturais a nível das autarquias e é triste verificar que, em plena democracia, existam práticas políticas que estão a empobrecer culturalmente o nosso povo. Em princípio, isto não anuncia nada de bom.
 

domingo, 13 de junho de 2010

Para reflexão

Não pude resistir à tentação de partilhar com os leitores deste blogue, o texto que se segue, da autoria do escritor moçambicano Mia Couto. Entre outras coisas, diz o que alguém já tinha dito de outro modo: "são precisos muitos pobres para fazerem um rico". Mas ele vem dizer uma coisa muito importante: costumamos chamar ricos a muitos que não passam de endinheirados. Apliquemos isto ao local onde vivemos e verificaremos que a diferença é muito grande e que faz todo o sentido distingui-los.

«A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.
Mas ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem.
Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiado pobres os nossos "ricos".
Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.
É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.
Vivem na obsessão de poderem ser roubados.»

sábado, 12 de junho de 2010

E as Festas do Povo?

O De Campo Maior, com a oportunidade e qualidade a que nos habituou, vem levantar de novo a questão das Festas do Povo. Não sei se existem projectos ou não para 2011. O que eu penso é que não adianta muito estar a insistir na sua realização sem antes se pensar bem no que é preciso fazer para que elas se tornem uma realização regular desta vila como, ao fim e ao cabo, parece que todos desejam.
No meu entender, as condições em que nasceram e cresceram as Festas, já não existem há muito tempo em Campo Maior. Daí resulta que é preciso encontrar respostas e soluções para as condições actuais desta sociedade. Porque, sejamos honestos para reconhecer que as últimas realizações já escaparam ao figurino tradicional. Se não, vejamos: que significa a necessidade de ter criado uma associação? Não será porque as comissões de rua e a comissão coordenadora nomeada pela Câmara se tinham tornado pouco adequadas para responder às novas condições?
Há por aí quem pense que a melhor solução seria do tipo "ó tempo volta para trás"! Isto é tão disparatado que nem merece ser tomado em consideração. Com a vossa licença, apetece dizer, como diz o povo, "para trás mija a burra". Como manter as coisas como eram no antigamente se o antigamente já não existe?
Ou se procuram novas maneiras de fazer as Festas, ou isto não tem solução.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Esclarecimento

Tendo recebido algumas amáveis censuras por aquilo a que um leitor chama "o meu estilo".
Creio ser chegada a altura de esclarecer que não se trata  de uma fuga, por medo, mas de uma atitude pensada e que tem a ver com o que penso que deve ser a posição deste blogue.
Nem a idade, nem a cultura, que é bem inferior aquilo que eu desejaria que fosse, me permitem ter a presunção de botar grandes sentenças ou de me armar em convencido a ditar grandes conselhos. Quero apenas dizer o que sinto sobre as situações que vão acontecendo. Por feitio, não sou de grandes ataques. Gosto mais de chamar a atenção para o que acho que são erros. E, porque, muitas vezes, são cometidos por pessoas por quem até tenho consideração e alguma estima, procuro que não sejam ataques, mas avisos para que sejam corrigidas as coisas que eu acho que não vão bem. Claro que há gente de quem não gosto, porque não gosto de soberbas autoritárias e atitudes que, disfarçadas de sorrisos e palmadinhas, mais não são do que uma maneira de conseguirem tirar proveito disso. Confesso que mal consigo disfarçar o desprezo e a falta de paciência que tenho para com gente desta laia. Aliás, isso está bem à vista num ou outro post em que tive que andar por esses lados.
Penso que isto bastará para tornar claro que não quero atacar pessoas, nem deitar abaixo seja quem for. Mas não posso deixar de apontar as coisas que correm mal cá na terra. Se isto é um estilo, que seja...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Algo que não faz sentido...

De passagem na rua ouço, uma bem-posta jovem senhora, lamentar na conversa que estava a ter como um seu conhecido: "Olha, estou de baixa. Já não podia mais. Estou morta porque acabe este maldito contrato para ir para o desemprego."
Algo vai mal neste nosso pequeno país "à beira-mar plantado." Afinal, suporta-se o emprego para se atingir o objectivo que é estar no desemprego...?
Eu a pensar em pessoas deprimidas por não conseguirem trabalho... Vou tentar acreditar que estes casos são excepção. Porque, se isto for a regra, teremos de concluir que estamos a viver numa fase de total ausência de vergonha. Estamos a lidar com assumidos parasitas sociais que apenas querem ser sustentados, tendo um mínimo de encargos,  esforços e  preocupações?
Dantes, segundo tenho ouvido, as pessoas revoltavam-se contra o parasitismo dos mais ricos que nada faziam, nada produziam, mas eram os que mais aproveitavam da boa vida à pala de serem eles os proprietários das grandes riquezas. Mas agora vamos revoltar-nos contra quem? Afinal quem é que nos explora mais, a nós os "totós" que ainda ocupamos o nosso tempo, esforço e capacidades a tentar produzir alguma coisa que seja útil para a sociedade?
Tenho cá para mim que algo anda desarranjado no mecanismo desta coisa a que se chama o Estado Social.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Que se passa?

Falar de sabotagem seria muito eficaz dum ponto de vista de má-língua. Mas, seria completamente estúpido do ponto de vista de quem quiser entender e explicar a razão porque acontecem certas coisas aqui, em Campo Maior. Sabotagem precisa de ter uma forte organização, intenções bem definidas e objectivos bem marcados. Ora, isso são coisas que não fazem parte da maneira de ser e de agir de certas criaturas.
Na verdade, seria mais adequado falar de desorientação, bandalheira e desnorte, quando se pensa no que se vai passando a nível da divulgação das realizações culturais. Há actividades que ficam literalmente às moscas e há outras que, por falta das ditas moscas, chegam a ser canceladas. Ora bem... como se explica tudo isto?  Nem cartazes, nem divulgação de qualquer outro género, promovem alguns eventos. E, até a Agenda Cultural parece estar a ser pouco eficaz.
Provavelmente, tudo isto está a acontecer porque alguns não fazem o que deviam fazer. E, se isso acontece, é porque quem devia decidir e mandar, desmanda e consente que tudo se torne esta confusão a que estamos a chegar. Parece que cada um faz o que quer sem que haja quem dite as ordens para o que devia ser feito.
Tudo isto é bastante lamentável pelos efeitos que provoca, pelos prejuízos que implica e, sobretudo, porque se os erros daqueles de quem não gostamos nos dão razão, os erros daqueles que gostávamos de apoiar nos deixam de rastos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Que se passa com o poder local?

Foi há alguns dias divulgada a situação das autarquias locais, em que ficámos a saber que, em cada dez, uma está falida.
Outros dados mostram que:
1. Os orçamentos aprovados em muitas autarquias foram inflacionados irrealisticamente;
2. As câmaras ultrapassaram o nível de endividamento, tendo, no seu conjunto, aumentado esse valor em 200% entre 2008 e 2009. (Pois é: Eleições à porta)
3. As empresas municipais têm servido para arranjar empregos para os amigos que não cabem nas câmaras (dito pelo Presidente da Câmara de Faro que vai extinguir algumas dessas empresas);
4. A maior parte das empresas municipais não são auto-sustentáveis, de modo que o Secretário de Estado que superintende ao poder local, já disse que estas têm de ser extintas.

No caso das empresas municipais de Campo Maior, devia haver uma clarificação rápida e rigorosa da sua situação financeira e de algumas iniciativas levadas a cabo. Será que se justifica a sua existência? Para quando o esclarecimento sobre este problema à população?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ambiente e Biodiversidade

Neste fim de semana, o Jardim Municipal apareceu ocupado pelo Ambiente-Biodiversidade, 2010 que decorre de 5 a 10 deste mês. Aqui está uma iniciativa de louvar, promovida pela Câmara. Dá uma ideia bastante positiva dos movimentos que existem em Campo Maior e daqueles que com Campo Maior se relacionam. É uma mostra interessante e uma boa demonstração de cultura local. 
Apenas se lamenta que até agora tenha havido pouca animação cultural neste espaço. Pelo menos, deveria ter havido, por exemplo, actuação da banda 1º de Dezembro, tão esquecida que ela costa estar!
Que diabo! Há que dar alguma utilidade aquele monstro do coreto que não tem servido para a função que lhe é própria. Aí está um autêntico monumento daquilo que foi o desperdício de dinheiro da anterior gestão do município. Destruiu-se uma parte do nosso património, até bem interessante, para no seu lugar se pôr uma coisa que não tem nem utilidade, nem beleza que a justifique. É difícil entender que interesses estariam por detrás da realização de obras deste género.

domingo, 6 de junho de 2010

A coragem de mandar

Diz o saber popular: Quem tem medo compra um cão. Este dito, julgo eu, pretende significar que os que não tem coragem para assumir certos encargos, não se devem meter com as botas à ribeira. Dito doutro modo, não cabe na cabeça de ninguém que, quem tem de mandar, tenha medo daqueles por quem se deve fazer obedecer. Porque então, os de mais baixa moral, aproveitarão para dominar os que deviam dar ordens e  passam a ser eles a determinar o que se deve fazer. Além disto, medrosos, sem coragem para fazerem cumprir a suas decisões, acabam por serem eles a agir segundo os caprichos e interesses dos se aproveitam da sua fraqueza para dominarem. E, os mais justos, mais competentes e mais disciplinados, tornam-se a vitimas das prepotências, injustiças e maldades, porque os mais vis sabem que não sofrerão as consequências dos seus actos, uma vez que quem devia mandar não tem, nem competência, nem coragem para o fazer.

sábado, 5 de junho de 2010

Mais tiros nos pés?

Quinta-feira de manhã. Para esticar as pernas e matar o tempo passo pela Avenida à hora a que o calor ainda não aperta. Sim, porque, com a falta de sombras que ali se verifica, devido às raquíticas árvores que ali puseram, tornou um local antes bastante fresco, no calor sufocante que lá se respira agora. Sou surpreendido com uma fila de gente mais velha que espera pacientemente, sentados em cadeiras, enquanto outros são atendidos numa tenda e numa carrinha identificada como sendo da Universidade Fernando Pessoa, da cidade do Porto. Soube isto por um senhor que me deu algumas explicações sobre o que se estava a passar. E pasmo! Então, onde está a informação a divulgar uma oferta dum rastreio tão importante para a gente mais idosa? Como pode vir a Campo Maior uma missão tão útil e ser tão pouco divulgada? Senti alguma vergonha junto do senhor que me informava e que lamentava que não houvesse melhores condições. É que o Sol ia subindo e a pouca sombra desaparecendo. Daí a pouco, não havia quem pudesse suportar a espera até chegar a sua vez de ser atendido.
À atenção dos responsáveis: desperdiçar ocasiões destas é dar tiros nos pés, como se costuma dizer.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Como é que é?

De visita a um velho familiar que muito estimo e que passa grande parte do seu tempo no Centro Comunitário. a conversa acabou por ir dar à comemoração dos dez anos desse Centro. Perguntei-lhe como tinha corrido e ele respondeu-me descoroçoado que tinha aparecido pouca gente. Estava magoado porque a senhora vereadora se tinha empenhado muito e as pessoas não tinham ligado. 
Os feriados têm destas coisas: por vezes sobra tempo e falta o que fazer. Por desfastio, vagueei pelo internet e acabei por ir parar ao portal do Município. Qual não foi a minha surpresa quando aí, no meio de uma prosa dedicada a este assunto li:.
Entretanto, a noite do dia 28 decorreu ao som da música da Banda Delta e ao ritmo de muitos Campomaiorenses que estiveram presentes e que, desta forma, recordaram os saudosos "bailaricos" da sua juventude.
Durante o dia de sábado, 29, houve ainda tempo para um renhido Torneio de Sueca, para uma tarde de fados e um lanche convívio. (Ver notícia aqui)
Ora bem... alguma coisa não faz sentido nesta questão. Alguém, nesta história, está com alucinações. Reli a notícia e ainda fiquei mais desorientado. Uma única foto a ilustrava: a do espectacular bolo de aniversário. Nem uma imagem que mostrasse, como aliás é costume, a assistência ao acontecimento.
Ocorre-me uma frase muito utilizada pelos nossos irmãos brasileiros: Tentar esconder o Sol com a peneira.
É preciso muita atenção e muito cuidado com a propaganda política. Muitas vezes, por falta de inteligência, ela funciona como um pau de dois bicos. Quando a propaganda política se torna uma espécie de faz-de-conta, é porque a política real se está a tornar uma grande confusão.
Quem avisa.... 

quinta-feira, 3 de junho de 2010

"Ainda que enterrem a verdade, não sepultam a virtude"

A verdade pode ser escondida se a enterrarem na lama espessa da mentira, bem misturada com boa dose de calúnias. Mas a virtude prevalece e acabará por desmascarar todas as manobras e golpes-baixos usados a coberto do poder conseguido através de falsidades. Então se verá que "a verdade é como o azeite; acaba ser por vir à tona da água".
"O mentiroso  larga a verdade por pouco preço". por isso a mentira anda quase sempre de braço dado com a corrupção. Mas, porque se diz que "a mentira tem perna curta" e que "nada é mais difícil do que mentir bem", mais tarde ou mais cedo, acabarão por "se zangarem as comadres e saber-se-ão as verdades".

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Cuidado com os vendilhões do templo!

Nem Cristo, campeão da capacidade de perdão e grande anunciador da possibilidade infinita de redenção, cometeu o erro de confiar nos que atropelam tudo e todos para atingirem os seus objectivos. Por isso, entrou no templo e correu com os fariseus que usavam o lugar sagrado para as suas negociatas.
Há quem só consiga ser fiel aos que, sendo seus semelhantes na imoralidade, lhe possam garantir apoio para todas as tropelias. Assim, se alguém de sã moralidade e recto comportamento se rodeia de gente que não merece confiança, das duas uma: ou se torna também de pouca confiança ou acaba traído por aqueles em quem não devia ter confiado. 

terça-feira, 1 de junho de 2010

Nem todos esquecem

Como reorganizar esta terra onde, durante tanto tempo, predominou a incompetência, a ignorância e prepotência? Dizem os mais velhos que o mal vem de longe, de um tempo em que eu ainda nem sequer suspeitava de tais desmandos e das consequências que haviam de provocar.
O mais grave é constatar que os que se habituaram a pôr e dispor a seu belo prazer, como se fossem senhores absolutos da vida dos outros, continuam numa fúria cega a destilar ódios e vinganças, sonhando apenas com o regresso ao poder. Remoendo ameaças, lançam sobre os outros suspeitas de estarem a fazer o mal que eles próprios sempre fizeram. Julgando como sempre julgaram que os outros não passam de tolos que eles podem manipular a seu belo prazer, esquecem que há muita coisa difícil de esquecer. Como pode alguém esquecer que foi humilhado, isolado, parado, impedido de exercer a sua profissão, mantido como autêntico prisioneiro, condenado, sem culpa formada e sem julgamento, a uma imobilidade castradora? Como poderão esquecer aqueles que os ajudaram a subir ao poder mas que, quando recusaram ser cúmplices das suas traficâncias, se viram desprezados, perseguidos e condenados ao isolamento e a uma frustrante inactividade? Como esquecer que os mais incapazes mas corruptos, os mais incompetentes mas servis, fossem alvo de distinções e recompensas, enquanto os amigos de ontem passaram a ser considerados perigosos inimigos a abater?