quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De volta

Feita a "enramação" cá estamos de novo, agora a usufruir do trabalho feito. Vem-me á cabeça a frase do outro: "Está bonita a Festa, Pá!"
No meu entender houve uma melhoria de qualidade. O que está a incomodar alguns, ou seja, a grande quantidade de postos e stands de venda, parece ser uma prova e uma garantia da vitalidade destas festas. Por outro lado, a multidão que continua a afluir demonstra que o prestígio das Festas do Povo se mantém em alta. Por todos os motivos devemos reconhecer o elevado nível de sucesso. Os receios de que houvesse um recuo era justificável devido ao estado generalizado de crise, aliado à longa interrupção de sete anos. Mas, felizmente para Campo Maior, não há razão para criticas ou reparos. Segunda consta, mesmo do ponto de vista do financiamento as coisas parecem estar compostas. Ainda bem. Qualquer descalabro poderia ter ter ditado o fim das Festas do Povo. A mim, particularmente, agrada-me o facto de não terem sido "estrategicamente" feitas segundo o calendário mais conveniente do ponto de vista "eleitoraleiro", como de há muito vinha acontecendo. Mas isso são contas de outro rosário...
Por agora temo apenas que a chuva que começou na madrugada anterior, persista e nos estrague a festa de todo. Mas contra isso não há remédio.

domingo, 14 de agosto de 2011

"Lambidos" e "Lambitas"

As pessoas, mesmo as que se julgam melhor dotadas de inteligência, bom senso e discernimento, têm tendência para atacar os defeitos dos que são humilhados, escarnecidos e dominados, do que para terem a coragem para denunciarem as prepotências dos bens instalados, dos que, afinal, estão bem posicionados para imporem subserviências e submissões àqueles que estão na sua dependência.
Parece tão fácil, tão inteligente, tão engraçado, castigar os chamados “lambe-cus” ou “graxistas” que, sabe-se lá porque desesperos ou necessidades, são obrigados a engolir brios e dignidades a fim de garantirem um mínimo de condições aos que estão à sua guarda e sob a sua responsabilidade.
Mas, numa análise mais justa, será que haveria tantos “lambe-cus” se não houvesse tantos que adoram ter o “cu-lambido”?
Se os prepotentes considerassem o valor das pessoas pela sua competência e pela integridade do seu carácter, talvez estivessem menos rodeados de colaboradores que, sendo medíocres e trapaceiros, por mais jeito que tenham para lamber o dito cujo, jamais poderão ser profissionais competentes e merecedores de confiança, porque isso só existe em mulheres e homens dotados de bom carácter.
Todos os prepotentes que, por má sorte caíram em desgraça, aprenderam à sua custa e da maneira mais amarga, o que vale a “fidelidade” dos “lambitas”. De um momento para o outro passam de “lambidos” a cuspidos e desprezados.

E agora, se me permitem, vou mais uns dias até ao sol do Sul. Sim, que um homem não é de ferro!...
Para mais, se não queres ser "lambita" tens que ser mais em tudo do que os demais. Que, isto de querer manter a "espinha" direita, implica fazer mais e melhor do que aquilo que são obrigados a fazer os que andam com ela curvada. Não sei me entendem...
De qualquer modo cá estarei para a "enramação". Só morto é que iria faltar numa altura dessas. Quanto aos que não podem ir...Olhem, aguentem! Porque isto de viver sempre em Campo Maior, também cansa. Ai não que não cansa! ...
Adeus!!!!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Em que ponto estamos?

Há em nós como que um pressentimento de que estamos à beira de nos tornarmos numa espécie de retornados, expulsos de uma Europa que já não nos quer e na qual também já não temos vontade de estar.
O mais grave, é que somos retornados de um sítio onde de facto nunca estivemos. Porque, muitos de nós nem chegámos a sentir os benefícios de sermos considerados como europeus. Ou seja, fomos sem poder usufruir de ter o que ser europeu parecia implicar. Estamos a sentir-nos sufocados por uma dívida externa sem termos usufruído dos benefícios que tal endividamento nos pudesse trazer. Enredaram-nos numa teia perversa de cotações, quedas da bolsa, notações da divida soberana, sem termos chegado a entender o que nos liga de facto a tão estranho enredo.
Será que estamos à beira de uma grande e trágica mudança? Sim, porque, quando as coisas deixam de fazer sentido, torna-se necessário mudar o rumo e seguir por outros caminhos que nos conduzam a um qualquer futuro.
Uma sociedade em que a lei e a ordem não garantem os direitos de todos, é uma sociedade sem futuro. Mas uma civilização sem futuro já não é uma civilização. Será apenas um campo de conflitos em que dominam os que mais podem impor-se, segundo os seus interesses e a sua vontade. E uma sociedade em que predomina o direito dos mais fortes, está condenada à sua autodestruição.
Provavelmente, estamos a chegar ao fim de um ciclo. Certamente, a mudança não será para amanhã. Mas uma coisa se nos apresenta como certa: Isto como está, não está a conduzir a uma solução. Tudo aponta para que estejamos a precisar de um novo paradigma que leve à emergência de uma nova civilização.
Ai de nós que temos de viver este tempo de derrocada. Em principio, estes fins de ciclo costumam ser bastante dolorosos.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Como recuperar a esperança?

Há umas décadas atrás, andávamos todos, ou quase todos, mais ou menos convencidos de que os problemas de Portugal se resolveriam logo que entrássemos na União Europeia. E, conseguido esse objectivo, pareceu-nos que tínhamos razão. Os fundos comunitários entraram a rodo, embasbacando uns e suscitando noutros uma avidez desenfreada. Parecia que tal maná não teria limites. Ouvia-se a altos responsáveis dizer que era preciso gastar, pois os fundos que nos iam chegando deviam ser utilizados para pôr a economia em movimento. Ilusão simplória de quem não sabia distinguir que o dinheiro gasto em consumo, não é capital investido. Logo, não se reproduz, porque não é investido em sectores produtivos.
Passe a rudeza da comparação porque, de certo modo, os ditos fundos foram o isco que nos levou no engodo em que nos fomos prendendo. Tanto assim é que os nossos problemas não só não foram resolvidos, como parecem ter-se agravado. E é cada vez mais difícil manter a esperança de que a Europa seja a solução.