quinta-feira, 6 de setembro de 2012

OS NÚMEROS E A REALIDADE


Quando vou de férias, procuro desligar-me de tudo. Excepto da leitura do diário. Hábito que mantenho há alguns anos ...
Conservei algumas notícias e crónicas  pelo grande significado que achei que tinham.
Fazem o favor de ler com atenção esta e verificarem como um governo que tanto se afirma defensor de Portugal, tem ideologicamente a preocupação de manter privilégios sem tomar em consideração os reais interesses dos portugueses. 
Não eram eles que iam emagrecer as gorduras do Estado?
Não eram eles que iam equilibrar o défice cortando nas despesas?
Ou será que entendemos mal  e se tratava apenas de reduzir a capacidade de cada um de nós fazer despesas?

A decisão do Governo PSD/CDS de extinção de chefias militares reduz as Forças Armadas portuguesas a 18 308 operacionais. Somados os dois processos de redução, o que vinha de 2009, e o agora anunciado [menos 230 militares] o corte total é já de 1583 efectivos.
O emagrecimento pretendido pelo ministro da Defesa, Aguiar-Branco, acrescenta na Marinha um corte de 1,2% (menos 94), no Exército diminui 1% (menos 65) e na Força Aérea 1,8% (menos 71). Ou seja, as Forças Armadas vão passar a ter menos 11 generais, 83 oficiais e 118 sargentos. Estes são os números oficiais, a realidade é outra.
Portugal é o segundo país da NATO com maior peso nos custos com pessoal: 77%. O esforço financeiro para equipamento é metade dos restantes membros da organização. A dimensão do efetivo militar [e aqui é necessário incluir também o pessoal civil] nas Forças Armadas é excessiva face à população. Ele está sobre dimensionado. Temos mais de 4 mil efetivos por cada milhão de habitantes. Dois exemplos que permitem perceber o que está em causa: em Espanha a relação é de 3 mil para um milhão enquanto no Reino Unido é de 2800 por cada milhão de habitantes. Outro dado: em termos médios, praticamente metade dos efetivos militares fazem parte das estruturas de comando. Percentualmente, por exemplo, temos mais sargentos e oficiais do que o Reino Unido, mas menos praças.
A análise detalhada do estado da Defesa Nacional realizada pela Fundação Oliveira Martins mostra-nos umas Forças Armadas desajustadas, presas a uma rigidez na despesa com pessoal, que tem vindo a reduzir de forma preocupante a margem para investimentos em equipamento adequado, para além de criar valores salariais médios/baixos. Nalguns casos demasiado baixos.
Esta desordem obriga a uma rápida, mas acertada, correção, ou um destes dias - pode parecer anedota, mas não é - não haverá quem possa varrer a parada. 
Diário de Notícias ,24 Agosto de 2012

Ou seja, temos muitos quadros de chefia militar mas o exército não está devidamente equipado e é reduzido o número de soldados...
Então, quem é que está a viver acima das suas posses?


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