quarta-feira, 26 de setembro de 2012

POIS É! ...



O País brinca, mas Relvas continua a tratar dos seus negócios

Apesar da sua insustentável posição, transformado em motivo de chacota nacional, o ministro Relvas lá vai conseguindo o que quer. Todos se demitem à sua volta. E ele lá continua, como prova que neste governo falta ainda mais vergonha do que dinheiro.
Para substituir o administrador demissionário da RTP - que se preparava para acabar 2013 com lucro, depois de uma década de esforço desta e da anterior administração para sanear das contas da empresa - chamou Alberto da Ponte. Currículo do senhor na área? Zero. Minto. Para além, como é evidente, do apoio conhecido a Passos Coelho, existem as suas ligações aos negócios angolanos. Tudo o que chega para a sua função: garantir um dos canais públicos - a concessão foi, volto a insistir, uma manobra de diversão - aos amigos de Relvas. Para destruir uma empresa não é preciso ter a mais pálida ideia do que é o serviço público de televisão ou, tão pouco, conhecer o negócio dos media.
Vindo da Central de Cervejas, Alberto da Ponte foi levado por Relvas, para quem se recorda, ao programa "Reencontro", em Luanda, onde nos foi oferecida uma amostra do que será o jornalismo num canal de inspiração relvista. Programa que levou, se se recordam, ao despedimento de Pedro Rosa Mendes.
Nomeado o privatizador, Miguel Relvas prepara-se para o assalto final. Os portugueses vão aceitar que um ministro cuja a simples participação no governo é motivo de embaraço nacional escape a todo o escrutínio público e trate dos seus negócios à nossa custa? Se sim, têm o ministro que merecem.

In Expresso, 6 Set, 2012

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