segunda-feira, 22 de abril de 2013

TERROR É TERROR

Martin Richard tinha oito anos. É uma das três vítimas mortais dos atentados de Boston. A mãe ficou ferida na cabeça, a irmã perdeu uma perna. Estão as duas em estado muito grave, aliás como vários dos 176 feridos causados pela dupla explosão de segunda-feira (15 de Abril) na zona da meta da Maratona de Boston. Até agora não se conhece o autor ou autores da carnificina. Mas através do pequeno Richard percebe-se o crime que o ataque, qualquer que seja a motivação, representa. A América está revoltada e o Presidente Obama falou de "ato terrorista, cobarde e hediondo", garantindo que a justiça far-se-á sentir.
Foi um ato de terror. E não apenas contra Martin, a sua família ou a América. A Maratona de Boston atrai milhares de pessoas, de dezenas de países. E tem forte cobertura mediática. Quem matou, usando panelas carregadas de explosivos, e pregos, queria assustar o mundo.

(Editorial do DN, 4ª-feira, 17 de Abril de 2013, p. 8)

Quando chegava a casa ... Liz Norden recebeu um telefonema. Era de um dos filhos, Paul, 31 anos. Tinha sido ferido e ia a caminho do hospital. Não sabia do irmão que estava com ele momentos antes da explosão.
O irmão, J.P. 33 anos, tinha sido socorrido quase ao mesmo tempo e fora levado para outro hospital da cidade ... Liz descobriu que os filhos tinham tido a mesma pouca sorte: uma perna amputada.

(Notícia do DN, 4ª-feira, 17 de Abril de 2013, p. 7)

Não me peçam que ignore o que se passa para além da zona de conforto em que se desenvolve a minha vidinha. 
Não me peçam que ignore aquilo que de trágico acontece, ainda que aconteça muito longe do lugar onde me situo.
Não me peçam que me encolha na concha do meu bem-estar e na carapaça da minha indiferença. 
Sempre que alguém morre ou sofre na carne as absurdas consequências de actos tresloucados, eu devo sentir-me agredido também. 
Sempre que alguém se arma em carrasco, em nome de absurdas razões, eu devo sentir-me vítima também.   

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