sábado, 6 de agosto de 2011

Em que ponto estamos?

Há em nós como que um pressentimento de que estamos à beira de nos tornarmos numa espécie de retornados, expulsos de uma Europa que já não nos quer e na qual também já não temos vontade de estar.
O mais grave, é que somos retornados de um sítio onde de facto nunca estivemos. Porque, muitos de nós nem chegámos a sentir os benefícios de sermos considerados como europeus. Ou seja, fomos sem poder usufruir de ter o que ser europeu parecia implicar. Estamos a sentir-nos sufocados por uma dívida externa sem termos usufruído dos benefícios que tal endividamento nos pudesse trazer. Enredaram-nos numa teia perversa de cotações, quedas da bolsa, notações da divida soberana, sem termos chegado a entender o que nos liga de facto a tão estranho enredo.
Será que estamos à beira de uma grande e trágica mudança? Sim, porque, quando as coisas deixam de fazer sentido, torna-se necessário mudar o rumo e seguir por outros caminhos que nos conduzam a um qualquer futuro.
Uma sociedade em que a lei e a ordem não garantem os direitos de todos, é uma sociedade sem futuro. Mas uma civilização sem futuro já não é uma civilização. Será apenas um campo de conflitos em que dominam os que mais podem impor-se, segundo os seus interesses e a sua vontade. E uma sociedade em que predomina o direito dos mais fortes, está condenada à sua autodestruição.
Provavelmente, estamos a chegar ao fim de um ciclo. Certamente, a mudança não será para amanhã. Mas uma coisa se nos apresenta como certa: Isto como está, não está a conduzir a uma solução. Tudo aponta para que estejamos a precisar de um novo paradigma que leve à emergência de uma nova civilização.
Ai de nós que temos de viver este tempo de derrocada. Em principio, estes fins de ciclo costumam ser bastante dolorosos.

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