segunda-feira, 3 de junho de 2013

CORTINAS DE FUMO



A razão principal pela qual tem havido sucessivas revisões dos valores do défice aceites pela troika é que o governo não tem conseguido cumprir as metas que negociou já após o memorando inicial. Não foi porque não tentasse, - tentou tudo, - não foi porque quisesse abrir uma janela para o "crescimento", como a propaganda insinua. Foi porque não o conseguiu, pelo irrealismo da sua política, que teve como efeito destruir a economia que havia, para depois "surpreender-se" pelo desemprego e a recessão, e os seus custos orçamentais. As sucessivas "explicações" dadas para a sistemática revisão da meta do défice, todas têm em comum esconder este dado essencial do falhanço próprio, transformando em mérito o que foi um erro, e impedir que se façam muitas perguntas incómodas sobre o presente e o futuro, ante e pós-troika.
José Pacheco Pereira no blog Abrupto, postagem de 27.5.13


Comentário

Se os próprios comentadores da área do PSD denunciam a incompetência deste “desgoverno”, que razões teremos para hesitar em mudar esta confrangedora situação que nos arrasta para o abismo?
Será que nos conformamos na desesperança e na passiva aceitação da nossa desgraça?
Por isso, apetece-me transcrever um excerto de poema em que o Comendador Marques Correia, parafraseando  Miguel Torga, escreveu nas "Cartas Abertas", no Expresso de 18 de Maio:

Era uma vez, lá em Portugal, um primeiro ministro.
Feio bicho, de resto:
Um cara de burro sem cabresto
E de  carneiro mal morto os olhinhos
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta dos velhinhos
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
o malvado,
Só por ter o poder de quem é primeiro-ministro,
Por não ter coração,
e ser de pensamentos mesquinhos
Mandou cortar nas reformas dos velhinhos...

Depois de tudo a que estamos a assistir, só apetece brincar coma este casos tão mesquinhos.

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