quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tudo o que é demais...


No Diário de Notícias do passado dia 17 de Abril, José Bandeira colocou os dois velhotes, habituais personagens da sua banda desenhada Cravo e Ferradura, na seguinte situação dialogante: Estão sentados num banco de jardim e um deles lendo o jornal, diz - Marinho Pinto diz não compreender como é que os portugueses ainda votam e apela a uma greve à democracia; ao que o outro responde - Ainda me lembro como essas coisas se fazem, jovem; o primeiro passo é eleger um ditador. 

- O Dr. Marinho, controverso e polémico bastonário da Ordem dos Advogados, mereceu o irónico reparo. Porque, desta vez foi longe demais, porque entrou em contradição com a atitude desassombrada, corajosa e pertinente que costuma assumir no desempenho das suas funções. 
Com esta informação colocou-se ao nível daquele senhor que acaba de declarar que só aceitará ser nomeado deputado se for eleito presidente da Assembleia da República. Ou mesmo da outra senhora que, sendo responsável máxima de um partido democrático, defendeu que melhor seria que se suspendesse a democracia por seis meses. 
Os erros políticos não se corrigem pela abstenção, pelo desinteresse e pela desistência. Corrigem-se pela intensificação da participação cívica, empenhada, consciente e responsável. 
Porque é que todos os populistas apostam no adormecimento da participação? Porque é que o destino fatal de todos oa excessos populistas tendem em desaguar em processos nada democráticos?
Que pessoas pouco ou nada informadas embarquem nestes ditos e posições, compreende-se embora se lamente...
Mas, do Dr. Marinho, temos de esperar e mesmo exigir muito maior sentido de responsabilidade e maior esclarecimento de opinião.

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