quarta-feira, 2 de outubro de 2013

NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES




Oeiras: roubo mas faço

Sob este título, Daniel Oliveira, publicou um texto de que se transcreve a primeira parte:
Em frente a um estabelecimento prisional, centenas de carros buzinam enquanto os seus condutores gritam o nome de um dos presidiários. Trata-se de um político local preso por corrupção. O seu delfim ganhou as eleições e o povo, feliz, quer dividir aquele momento com o seu herói encarcerado. Esta vitória foi dele. Ninguém nega que ele roubou. Roubou mas fez. Esta cena não se passa numa qualquer pequena cidade perdida no Brasil dos coronéis. Não se passa no México do narcotráfico ou numa nova ditadura nascida da ex-URSS. Passou-se em Oeiras, o concelho com maior percentagem de licenciados de Portugal, um país democrático e supostamente desenvolvido da União Europeia.

Noutras terras, o texto que se escrevesse a este propósito teria de mudar o título para:

Roubaram e nada fizeram

E nesse texto teria de se lamentar o facto de, apesar de terem roubado e de nada de louvável terem feito, não terem sofrido qualquer castigo, podendo os autores de tais acções pavonear-se livremente como se de cidadãos impolutos, sérios e respeitáveis se tratasse.
E, não sei que mais incomoda: se ver um corrupto ser vitoriado, mas preso pelos crimes que praticou e pelos quais foi julgado e condenado, se ver os crimes ficarem sem castigo.
É que, no primeiro caso, apesar do descaramento dos que aplaudem quem os roubou e que, apesar disso, podem ainda dizer que fez coisas louváveis, noutros casos, houve crime mas não houve justiça. E, nem sequer o crime pode ser atenuado por algo de bom e de importante que tenha sido realizado por aqueles que cometeram esses crimes.


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