domingo, 21 de novembro de 2010

Haja coerêencia!

A Fenprof acusa o Ministério da Educação de ilegalidades e ameaça recorrer aos tribunais. E a que se deve esta atitude desassombrada e corajosa duma tão prestigiada instituição?
Diz a Fenprof que, devido às ilegalidades que estarão a ser cometidas no âmbito da avaliação do desempenho docente, pois que o ministério não sabe como aplicar o actual modelo de avaliação, há razão para, em defesa dos direitos da classe, exigir a suspensão imediata da avaliação. 
Estamos mais uma vez perante uma situação que de tão habitual começa a suscitar falta de pachorra para aguentar estas questiúnculas e reclamações. 
Torna-se cada vez mais frequente a insuportável situação de tudo se exigir em termos de direitos e em nada se ceder no que respeita à aceitação dos deveres. Para mim que, desde há muito e constantemente, sou avaliado pela entidade patronal que me contratou, cada vez mais me parece absurda esta recusa sistemática dum grupo profissional aceitar que a avaliação é um direito de quem nos contrata e um dever de a ela nos submetermos, nós que somos os contratados. E, digo desde já que, por tudo o que tenho lido e ouvido, é cada vez mais para mim uma convicção que os professores não aceitarão qualquer tipo de autêntica avaliação por não quererem abdicar do seu privilégio de poderem agir profissionalmente sem se sujeitarem a uma apreciação da qualidade e do valor do trabalho que produzem. Sendo este trabalho uma questão de grande importância em termos sociais e com grande peso na preparação das futuras gerações, torna-se-me difícil entender a persistência em recusar um dever essencial para o desenvolvimento desta sociedade e deste país.
Por que não tomam a atitude que me parece mais coerente de cumprirem primeiro e, depois, apresentarem as reclamações e as sugestões de alteração que lhes parecerem justas?

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