quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Que se passa?

Ando a ficar bastante preocupado com o que se passa nesta terra. Melhor dito, o que me preocupa é que, aparentemente, nada se passa que nos cause contentamento ou entusiasmo. Olho para os que me rodeiam e vejo-os desencantados e tristonhos como se nada esperassem que os possa vir animar. Mesmo na noite onde antes havia algum movimento e convívio, parece que se tornou impossível encontrar mais nada do que os que apenas procuram encharcar-se de copos e que são tão pouco interessantes com todas as parvoíces e baboseiras que não param de repetir.
Das duas uma: ou ando a ficar um tanto deprimido, ou, de facto, esta terra está a ficar chata de morrer. Que raio se passa? Será do frio? Será uma certa morrinha resultante do tempo chuvoso e frio que se tem arrastado ao longo dos últimos meses? Ou é a crise que começa a pesar na nossa consciência de que tão depressa não voltarão os tempos em tudo parecia correr facilmente pelo melhor?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Formas de entender a música?

Leio com alguma surpresa no blogue Vasco M. N. Pereira o texto "Contentinhos" - com o quê? e não posso deixar de sentir uma estranha mistura de decepção e surpresa com aquilo que li, porque publicado por uma pessoa por quem sinto estima e simpatia e alguma gratidão pelo contributo que deu à minha própria formação.
A decepção resulta de não entender como alguém que tanto se tem batido pela divulgação de uma cultura musical séria, aqui, em Campo Maior, vem agora dar o seu aval a um texto que transpira uma concepção elitista da música por todos os poros. 
Entendo que, uma pedagogia da música compreende também e basicamente a educação do gosto e da sensibilidade para aceitar e entender a boa música. Assim como a prática da própria música, que pode ser feita através de um coro, ainda que com imperfeições, tem uma grande importância como veículo para essa pedagogia.
Há que distinguir entre a música rigorosa que deve ser apresentada por profissionais e a música que consiste apenas no exercício comparticipado por grupos de amadores. São coisas completamente distintas na forma, nas circunstâncias e nos objectivos que lhe dão corpo.
Por outro lado, a surpresa resulta de ver isto subscrito por alguém que tanto se tem empenhado na formação das jovens gerações numa terra onde é tão escassa a cultura musical. Quem se dedica à formação musical, por vezes com sacrifício da sua produção a nível da composição, tem de distinguir com clareza os objectivos de uma e outra das actividades, não desmerecendo o valor de qualquer delas, porque ambas são orientadas por objectivos que sendo muito distintos, não deixam de ter ambos a sua importância e grandeza.
Talvez que o erro esteja em mim que não entendi com clareza o conteúdo da mensagem.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Menos um ditador

A notícia corre mundo: Hosni Mubarak abandonou finalmente o poder. Festeja-se entusiasticamente no Egipto e, por todo o lado, afirmações de contentamento sublinham o facto.
Um jornal diário ostenta a frase cínica de Napoleão Bonaparte: Nas revoluções há duas espécies de homens - os que as fazem e os que delas se aproveitam. Podíamos acrescentar outra também ela carregada de cínico cepticismo: Todas as revoluções acabam por devorar aqueles que mais contribuíram para que acontecessem. 
Há, sem dúvida, uma grande dose de verdade nestas afirmações. O povo egípcio, ou seja, uma boa parte dele, vai constatar que as mudanças que se vão efectivamente verificar, ficarão muito aquém das suas expectativas. E que, muitos dos que nada fizeram para que as coisas mudassem e até muitos dos que tudo fizeram para que não houvesse mudanças, vão agora surgir como apaixonados apoiantes da nova situação e vão conseguir posicionar-se para obter dela as maiores vantagens que puderem.
Tudo isto é certo. Mas, mais certo ainda, é que as coisas vão mudando. Mesmo quando parecem mudar pouco ou demasiado lentamente, a mudança acontece porque ela é uma das principais características da evolução da humanidade. Os aparentemente eternos  ditadores é que parecem não entender isto e, por isso, persistem em continuar a tentar travar a inevitável mudança do mundo.


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Aí está o Carnaval

Aproxima-se o momento de celebrar o Carnaval. É festa que não vai muito a jeito do meu feitio, mais a atirar para as coisas calmas, sem grande agitação e sem barulho. Mas, enfim, cada um gosta do que gosta e, tal como não consinto que interfiram nos meus gostos, também não me acho no direito de censurar os gostos alheios. 
Contudo, há uma coisa que me preocupa e na qual acho que tenho o direito de interferir: a maneira como a autarquia, nos últimos anos, tem participado na realização destes festejos, parece-me absolutamente despropositada por excessiva, sobretudo no que respeita aos dinheiros gastos.
Se é verdade que cada um tem o direito de se divertir, desde que com isso não prejudique os direitos dos outros, é também verdade que cada um deve suportar as despesas que as suas diversões implicam. Por outro lado, convém esclarecer o seguinte: há terras onde se compreende que as autarquias invistam dinheiro na realização do Carnaval, porque se trata de um investimento para fomentar o turismo que garante retorno financeiro que vai dinamizar a economia local. 
Ora, sejamos honestos, isso não acontece no caso de Campo Maior. Aqui, o retorno que se procura é outro: é obter vantagens políticas de apoio popular aos que promovem as realizações. E aí é que bate o ponto. Isto não é legítimo e é moralmente censurável. Porque não têm uns o direito de se beneficiarem gastando o dinheiro que é pago por todos nós através dos nossos impostos.
Há a tudo isto que acrescentar a evidência da situação presente: vivemos em tempo de grande crise e o nosso município é dos que debate com problemas financeiros. Não faz sentido andar a pedir sacrifícios e contenção de despesas para certas actividades e depois gastar largamente com outras actividades de interesse social e valor cultural muito discutível.
Sinceramente, espero que o bom senso predomine. Os bons exemplos devem vir de cima.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Que confusão é esta?

Tenho por hábito passar em revista o que se publica na blogosfera campomaiorense. Foi assim que me deparei com uma mensagem do blogue Campomaiorense intitulado Fiesta de las flores de papel en Portugal. Esta consiste apenas num vídeo composto por uma série de fotografias que mostram ruas decoradas com motivos feitos em papel. Os pequenos textos que acompanham as imagens são todos escritos em castelhano. Nas primeiras fotos é dito que são das Festas de Campo Maior.
Para um não campomaiorense é natural que a situação passe sem reparo. Contudo, quem tenha algum conhecimento do que são as Festas campomaiorenses, nota de imediato que, pelos temas e pela própria técnica de trabalhar o papel, estas imagens não podem ter sido recolhidas em Campo Maior. Por isso, tratei de investigar e com alguma facilidade pude constatar que se trata de imagens recolhidas nas Festas do Redondo.
Se não concordo com certos fundamentalistas que passam o tempo a protestar contra as Festas do Redondo por imitarem as de Campo Maior, não posso de modo nenhum aceitar que um campomaiorense faça semelhante confusão porque isso significa que se parte do princípio que as duas realizações são do mesmo nível. O que, como é evidente, para quem observe com cuidado, não é, efectivamente, verdade. Estabelecer tal confusão não é defender a verdadeira cultura campomaiorense.

NOTA: Hoje, dia 10, verifiquei que a mensagem referida foi apagada pelo "Campomaiorense".

sábado, 5 de fevereiro de 2011

As nossas ruas

Não há dúvida e salta aos olhos de quem quer ver: em Campo Maior as ruas estão sistematicamente "enfeitadas" com lixo - sacos de plástico, papéis, restos de embalagens, etc.
Isto não significa que não haja limpeza por parte dos serviços camarários. O que acontece é que muita gente tem o péssimo hábito de deitar tudo o que lhe apetece para o chão.
E que tal uma campanha para chamar a atenção das pessoas para a falta de higiene que estas atitudes provocam nos espaços públicos? E já não falo no hábito que ainda se vê de cuspir para o chão...
Partindo do velho ditado que diz que "de pequenino é que se torce o pepino" essa campanha devia começar nas escolas para que as novas gerações fossem formadas com novos hábitos e novas atitudes. 
Até causa impressão toda esta sujeira, porque se dizia antigamente que as ruas das terras alentejanas eram um exemplo de asseio.