segunda-feira, 31 de maio de 2010

“Abunda malícia, onde falta a polícia”.


 Embora continuem a existir, no poder autárquico, acções governativas que se podem considerar excelentes, temos infelizmente de concordar que esses casos são excepcionais, predominando uma maioria em que se associa a incompetência à mais descarada corrupção.
Diz um ditado que “aonde falta o poder, ninguém pode responder”. Ora, eu dou a esta frase uma interpretação que a torna explicativa do que considera ser a principal razão para termos chegado a este estado de coisas. Considero que é a falta de vigilância e de repressão das ilegalidades e das acções corruptas que tem conduzido à actual situação. Como se pode ter chegado a consentir que, indivíduos que ocupam os mais altos cargos no poder local, estejam, simultaneamente, nos altos comandos de empresas que mantêm negócios com as câmaras que lhes cabe administrar, podendo assim pôr e dispor, segundo o seu próprio interesse? Nesta situação de evidente conflito de interesses, quem acautela o interesse do Estado? Sem inspecções rigorosas e regulares e sem repressão dos abusos, não há garantias de isenção.
Diz outro ditado “vinha não guardada é uva roubada, antes de vindimada”, pois que, dito de modo, “o medo é que guarda a vinha”.

domingo, 30 de maio de 2010

Extinção

Dizem que os sonhos são influenciados por coisas que nos acontecem ou que ouvimos dizer. Aqui há dias sonhei que foi decidida a extinção dos concelhos com menos de dez mil habitantes. Parece que não é uma novidade no caso de Campo Maior, porque no passado também o concelho esteve para ser extinto. Portanto, o sonho não era assim tão disparatado. Mas, no meu sonho, as pessoas não reagiram e foi sem problemas que o concelho de Campo Maior desapareceu e passou a fazer parte do concelho de Elvas. No meio disto tudo, ainda havia algumas pessoas que não estavam de acordo, mas ninguém lhes ligou nenhuma importância. Os que estavam pela maioria diziam que os de Elvas resolveriam melhor os nossos problemas e até tinham mais capacidade para pagar as dívidas e resolver os imbróglios, como piscinas e outras coisas mais, em que os executivos da Câmara tinham enredado o concelho.
Claro que, ao acordar, me lembrei que tinha ouvido uma notícia sobre este assunto, mas referida à Grécia, onde foi decido extinguir as autarquias locais com menos de dez mil habitantes.
Isto não passou de um sonho... Mas cuidado, porque aquilo que não funciona ou que funciona mal, tenderá a desaparecer.

sábado, 29 de maio de 2010

Cuidado com os exageros

Nos últimos dias, revoadas de crianças acompanhadas pelos seus professores e empregadas das escolas, têm andado pelas ruas, praças e jardins da vila, visitando vários pontos de interesse e instituições. Em princípio, parece-me bem que a escola saia para a rua e ofereça às crianças a possibilidade de aprenderem de outra maneira coisas sobre a vida local. Afinal, longe vai o tempo em que se pensava que as crianças só aprendiam fechadas, caladas e em sossego, dentro das quatro paredes das salas de aula. Lembro-me de ter lido uma história que parece bem real, da professora que, estando a dar a lição do dia e tendo começado a nevar, começou a ralhar com as crianças porque elas olhavam pela janela em vez de ter saído para a rua, dando-lhes a possibilidade de ver o que nunca tinham visto.
Está tudo muito certo, desde que sejam claramente definidas as intenções que levem as crianças a aprender. Mas, como em todas as coisas, é preciso não cair no abuso que transforma o remédio em veneno. Cuidado, porque, se se pode aprender na rua, é na escola que deve se deve aprender. Uma coisa é trazer a escola à rua, outra coisa é a rua tomar o lugar da escola.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

OS VADIOSOS


A língua portuguesa precisa que, de vez em quando, se lhe faça algum acrescento inventando palavras para dizer coisas que de outra maneira não ficariam tão bem ditas. Assim acontece com a palavra que consta no título e que pretende designar certo tipo de jovens que existem na nossa terra e que, de tanto se pavonearem, acabam por dar nas vistas.
Os vadiosos começam muito cedo a sua carreira. Começam-na quando ainda frequentam a escola e, alguns deles, têm tal vocação para a desempenhar este papel que procuram desempenhá-lo até ao mais tarde possível. Definem-se como seres que resultam duma mistura transgénica do vadio com o vaidoso. Daí resulta a sua tendência para nada fazer e a sua grande preocupação com a sua aparência.
O vadioso não gosta de ter obrigações e é alérgico a compromissos. Detesta “dobrar a mola” como se costuma dizer. Foge do trabalho “como o diabo foge da cruz”. Ainda muito novo, é vê-lo ir para a escola gingando, de mãos a abanar, sem livros, sem cadernos, lápis ou canetas. Ele nem sequer tem mochila. Isso é para totós! Ele, não vai para a escola aprender. Vai para conviver, para se divertir, para andar com as meninas. Muito cioso da sua aparência, ele não se veste segundo o gosto, mas pela moda. Ele não veste roupas, mas marcas.
Quando, por ter mais idade, abandona a escola, passa a frequentar os bares, cafés e esplanadas. Alguns ainda persistem na escola, mas em regime nocturno. Aliás, o bom vadioso prefere a noite ao dia. O bom vadioso é noctívago, preguiçoso e parasita. O bom vadioso não nasceu para produzir, nem para servir. Nasceu para servir-se e usufruir daquilo que os outros produzem.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vamos lá entender-nos

Se é certo que nem tudo o que luz é oiro, em contrapartida, não é menos certo que nem toda a censura ou crítica tem como intenção o bota-abaixo e o ataque. Censura-se e critica-se aquilo que tem remédio; denuncia-se e ataca-se aquilo que é feito com escondida e falsa intenção.
Vem isto a propósito da alegria que uma certa criatura manifesta acerca de coisas que têm sido escritas neste blogue. Ora bem, ele poderá ser tudo o quiserem e mais alguma coisa, mas gostaria de que nunca venha a ser a comprovação do ditado que diz que depois de mim virá quem de mim bom fará.  
Vamos lá entender-nos: as críticas que agora faço, não apagam a insuportável tolice, prepotência, arrogância e ignorância que presidiam a quase todos os actos da anterior situação.  Se estivesse a falar dessa situação, não criticava nem censurava. Faria a denúncia das irregularidades e dos danos que ela iria provocando.  
A criatura deve humildemente expiar os seus erros e assumir-se como principal causadora da maior parte dos actos que foram praticados. 
Vamos lá encarar os factos porque o mal que foi feito está feito e vai passar muita água por baixo da ponte do Caia antes que desapareçam os efeitos catastróficos daquilo que foi feito. Há feridas que ficarão abertas e a sangrar por muitos anos.  

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Agora, com endereço

Sabia que me toparias mal lesses a minha mensagem. Sabia também que me responderias com o teu habitual cinismo que mascaras sempre com uma boa dose de ironia. 
Pena tenho de não ter provado os pastéis da Cristina. Estariam bons, como habitualmente. E que bem fica a Cristina assim, grávida do nosso futuro.
Futuro que não sei se nos irá afastando até de nós não sobrar mais que "a recordação dos velhos tempos". Pois que, enquanto tu vais no sentido da adaptação, eu continuo a achar que merece a pena resistir à facilidade. Não sei se caberei no "futuro político muito risonho" que sonhas para teu destino. O meu não passará por aí, certamente.
Gostaria apenas que pensasses melhor na "longa travessia do deserto" que te recomendo. Às vezes, é preciso ir devagar por se ter pressa de chegar. Porque a pressa, além de má conselheira, leva a frequentes enganos que não conduzem à meta desejada.
Nunca foste de grandes reflexões. Preferiste sempre agarrar aquilo que consideras grandes ocasiões. 
Sabes bem que jamais te acompanharia em grandes cavalgadas que conduzam a coisas que não estão de acordo com o meu entendimento do que deve ser o caminho de um homem. De qualquer modo, uma coisa é certa: as velhas amizades são as perduram. 
Sem abraço, porque não consigo deixar de estar bastante desagradado com as tuas escolhas.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Atenção às mensagens!

Conheço desde há algum tempo uma história de que não recordo os pormenores, mas que se resumia à seguinte situação:
Um governante muito prepotente e muito pouco dotado de inteligência, se recebia uma má notícia, em vez de procurar solução para o problema, mandava matar o mensageiro.
Ora, por vezes sinto-me o mensageiro que alguns querem mandar matar. Isto é uma total parvoíce, uma vez que eu expresso as minhas opiniões e as opiniões que vou escutando daqueles que comigo costumam falar. Das minhas, não tenho grandes certezas, porque nem a idade me permite grande saber, nem tenho a presunção de ser senhor da verdade. Quanto às que ouço e transmito nos meus escritos, parto da presunção de que dão uma amostra do sentimento das pessoas desta terra sobre o que de importante vai acontecendo.
Assim sendo, senhores autarcas e outros que andam nas margens do poder local, atendam às mensagens e não castiguem por elas o mensageiro. Ouvir atentamente, inteligentemente e de espírito aberto, é uma condição básica de quem pretende governar para bem da população que vos escolheu.
Por isso, façam um esforço e procurem entender como avisos aquilo que às vezes mais parece ser entendido como ataques. Apetece dizer como um grande homem disse: Olhe que não, olhe que não!...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Carta aberta, sem endereço

Meu caro: 
Conheço-o de há muito tempo mas, talvez você não saiba, eu sempre tive uma franca e leal simpatia a seu respeito. O que os outros chamavam tagarelice, eu considerava que era o muito entusiasmo que punha em todas as coisas em que participava. Quando o acusavam de pouco reflectido, falando muito do que mal sabia, eu achava que era a tentativa de convencer os outros daquilo que tinha, mal ou bem, como certezas.
Acima de tudo, tive-o sempre por homem de bem, sério, de boas contas e fiel aos seus amigos. Por vezes exagerava na tendência que tinha para perdoar ofensas e passar adiante. 
Mas, meu caro, em política as coisas são aquilo que parecem, como já dizia o ditador de má memória. E, por mais seguros que estejamos de agir de boa-fé e de boa mente, isso não conta, se aos outros parecer que terá motivos menos confessáveis. É que, quando estamos em certas posições, os nossos actos afectam todas as pessoas que nessas situações estão envolvidas.
Por outro lado, há pessoas tão marcadas pelas atitudes tomadas num passado próximo, que elas acabam por prejudicar aqueles que ingenuamente se empenham numa impossível regeneração. Só o tempo limpa certas coisas. Por isso é que se diz que os políticos que falham ou que ficam manchados pelos seus erros, têm de  se conformar com a longa travessia do deserto. Isto quer dizer que só sendo esquecidos os erros, poderão regressar.

domingo, 23 de maio de 2010

Mais provérbios

A propósito de um comentário ao post Provérbios populares, de 15 de Maio, achei que seria apropriado voltar de novo aos provérbios. Já me pus a pensar nestes pequenos e sábios ditos. Sei que alguns vêm de muito longe. Já li mesmo, não sei onde, que vêm do tempo dos romanos e de mais antigo ainda. Tenho para mim que, venham de que tempo vierem, vão juntando a sabedoria popular. Penso que as coisas se vão repetindo e as pessoas acabam por as registar nessas pequenas frases a que chamamos provérbios.
Ora bem... a propósito do tal comentário, ocorre-me mais um provérbio que reza assim: Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és. Ora, aqui está uma grande verdade que alguns dos nossos políticos parecem ignorar, não sei se por andarem distraídos, se por não lhes convém saber. Na segunda hipótese, o caso toma alguma gravidade. Porque as más companhias marcam a imagem das pessoas que têm muita exposição pública e muitas responsabilidades quanto à maneira como são vistas pelos outros. Ou seja, como diz um outro ditado que, à primeira vista, deve ser muito antigo, À mulher de César não basta ser séria; tem de parecê-lo. Se uma pessoa sem responsabilidades públicas pode encolher os ombros e pensar para si tanto se me dá como se me deu, aquele ou aquela que foi escolhido ou escolhida para tratar do bem comum, deve parecer que está de facto empenhado ou empenhada em fazê-lo da melhor maneira que puder. Porque, aos que apoiaram, levantará a suspeita. Aos que o combateram, dará armas para poderem atacar.

sábado, 22 de maio de 2010

Quem te avisa...

Não sei se os meus últimos recados causaram algum desagrado entre aqueles que podem ter-se sentido atingidos. Diz o provérbio popular que quem te avisa, teu amigo é. A mim parecem-me sábias estas palavras, porque os que não são amigos, em vez de avisos, estando satisfeitos com a situação, esfregam as mãos de contentes, por pensarem que qualquer dia isso lhes vai trazer vantagens.
Não entendo muito destas questões da política, penso que as coisas não podem ser apregoadas como de melhoria das condições e depois continuarem como estavam. Se nós não vemos mudar nada, como vamos acreditar na mudança?
Até posso acreditar que as coisas estão a ser feitas. Mas porque razão não são elas explicadas para que a gente as entenda?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Necessidade de esperança

Geralmente chego a casa estafado e a precisar de alguma calma.  Por isso, o serão  costuma prolongar-se com a visita aos blogues de Campo Maior.  São eles que me vão mantendo informado do que se vai passando por esta terra e que, por força do trabalho diário, muitas vezes me escapa.
Hoje resolvi fazer um levantamento dos assuntos e dos sentimentos que vou colhendo com essa leitura. Sem dúvida nenhuma há um sentimento que se sobrepõe a todos os outros: a grande frustração que neste momento se nota nas pessoas em resultado das grandes esperanças que havia e que, afinal, tardam a ser concretizadas. Parece que são sempre os mesmos que lá estão e a fazer sempre as mesmas coisas. 
É sem dúvida desanimador ter tido tanta esperança e ser, até agora, tão fraco o resultado.
Senhor Presidente: o senhor que é um jovem, não pode consentir que as esperança se torne desilusão. Campo Maior precisa de ter alguma fé no futuro. Já estamos para aqui tão isolados que merecemos ter alguma compensação com aquilo que pudermos fazer para melhorarmos as condições da nossa vida.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Que mudança?

A que lá estava, entretém-se a dizer, com alguma arrogância e uma grande dor de cotovelo, que a que agora  lá está não passa de criatura clonada que só faz o que ela já fazia. Além disso, acrescenta com muita maldade, que continuando lá aqueles que ela controlava e continua a controlar, eles levam a que agora está a fazer apenas o que ela quer.
A que agora está, pensa tolamente que fazendo mais do que a outra fazia, está a fazer melhor. Que tolice! Como se fazer muito fosse fazer bem. Geralmente, fazem-se muitas asneiras porque fazendo tanto como se faz, nem se tem tempo para apreciar o que se anda a fazer.
Estas criaturas saltitantes, andam numa tal correria que às vezes acabam por desfazer tanto quanto fazem, sendo o resultado final o não fazerem nada de jeito.
Além disso, como se pretende fazer melhor se está rodeada da mesma gente? Onde está então a mudança? Não foi a mudança a palavra-chave da nova ordem que nos prometeram?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cuidado com o poder!

João Salgueiro, em declarações feitas há dias atrás, dizia que procurava não se aproximar muito dos homens e mulheres que estão no poder, porque o poder os torna arrogantes. Estranha declaração para um homem que andou sempre tão próximo das margens do poder e que chegou mesmo a assumir o cargo de ministro durante algum tempo.
Penso que a frase peca por demasiado restritiva. O poder altera o carácter de quase todos os que o exercem, provocando neles desvios de comportamento que dependem da ocasião e das circunstâncias em que têm de exercer esse mesmo poder. A uns torna-os arrogantes, a outros prepotentes e, há mesmo, os que chegam ao extremo de degeneração em que se tornam corruptos. 
Tem isto a ver com a preocupação que me trás angustiado e que se refere a alguém que sendo meu amigo desde sempre, me apetece cada vez menos procurar porque sinto que temos cada vez menos para conversarmos. Sei que sempre foi alvoroçado, falador em excesso e pouco dado a reflexão profunda das coisas que tinha que resolver. Mas, agora tornou-se inchado de vaidade, julgando que o cargo que exerce o tornou o homem inteligente, competente e sabedor que sempre tinha desejado ser. 
É triste ver um amigo degenerar desta maneira. Como dizer-lhe que comete erros se os que o rodeiam e que ele gosta de ouvir, passam o tempo a dizer-lhe que ele é o maior e que é bom tudo o que vai fazendo?
Como dizer a este amigo que o poder é transitório e que quando o largar, se verá só e desamparado. Temos exemplos recentes disso. Os caídos são abandonados por aqueles que antes os louvavam.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Passeatas

Ouvi e nem queria acreditar. As juntas de freguesia de S. João e de Nossa Senhora da Expectação abriram inscrições para levarem o pessoal com mais idade a passear, segundo parece, durante dois dias. Como me informaram que as juntas quase só têm dinheiro para o funcionamento das coisas do dia a dia, pergunto, de onde vem o dinheiro para as passeatas? Será que é a Câmara a entrar com o dinheiro? Será que a Câmara, para não ficar atrás das juntas, também vai organizar uns passeios, como os que o outro senhor fez ao Alqueva?
Tudo isto seria aceitável se não estivéssemos a atravessar um momento de crise muito grave. Quando todos iremos pagar para ultrapassar esta situação, vêm os senhores das autarquias esbanjar dinheiro com coisas que deixam muito a desejar. 
Como costumava dizer o meu avô, quem não tem dinheiro não tem vícios. Neste caso, quem não tem dinheiro, fica em casa e não anda a gastar o dinheiro que é de todos nós.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Parque da Junta de Nª Sª da Expectação





Há que tempos que nesta obra se vê desmanchar sem que apareça qualquer coisa de novidade que justifique tanto empenho em mudar o que lá estava. Mais parece um campo de batalha do que um local para descanço e brincadeiras dos mais pequenos.
Não há dinheiro ou é simplesmente desmazelo? Ou o dinheiro não chega para tudo e as passeatas são mais importantes?

domingo, 16 de maio de 2010

Fé e esperança

Sua Santidade o Papa Bento XVI esteve de visita ao nosso país. Desta vez, a visita papal foi bastante demorada e, sobretudo, foi alargada também à cidade do Porto. Numa altura em que o país está a sofrer tão grandes ataques dos especuladores sem escrúpulos que nos querem arrasar para enriquecerem à custa da nossa desgraça, esta visita pode ser bastante importante.
Se pretenderam dar a ideia ao mundo de que nós éramos um país de desgraçadinhos à beira da bancarrota, as televisões de todo o mundo deram imagens que desmentem isso. Temos problemas, mas não estamos à beira do precipício. O que mais tem de nos preocupar são os disparates internos que, em nome de grandes princípios, adiam e agravam os problemas que nos afligem.
Alguns censuram os gastos feitos para receber o Papa. Mas, se ele com a sua visita, ajudou a dar uma imagem favorável de nós como povo perante o mundo, talvez o gasto não tenha sido exagerado. Além disso há que considerar os sentimentos religiosos dominantes na nossa população. A fé também ajuda a manter a esperança.

sábado, 15 de maio de 2010

Provérbios populares

Voz do povo, voz de Deus. Será mesmo? A verdade é que, em muitos casos, os provérbios populares traduzem de forma simples e directa aquilo que se vai passando na realidade. 
É certo que Roma e Pavia não se fizeram num dia e também é certo que se deve dar tempo ao tempo para que as coisas vão acontecendo segundo o nosso desejo e necessidade. Mas, o tempo que passou, não sendo muito longo, já chegava para começarmos a ver alguns resultados e algumas decisões.  A verdade é que tudo está tão escondido que chegamos mesmo a pensar que não existe mesmo nada para esconder. Se assim é, estamos bem arranjados... Começamos a duvidar de que não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe porque aquilo que foi anunciado "aos sete ventos" como sendo tempo de mudança e de novidades, não trouxe até hoje novidade nenhuma: é mais do mesmo, ou, dizendo de outra maneira, mudaram as moscas mas o resto é sempre o mesmo. 
Apesar de tudo, será melhor não perdermos a esperança, continuando a acreditar que quem espera sempre alcança e a chatear pensando que água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Mais do mesmo, não!!! 

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fazer as "Festas"? - III

Ao longo das últimas realizações das "Festas" tem-se vindo a verificar uma maior qualidade no trabalho de fazer as flores de papel. O material de que são feitas melhorou, passando de flores feitas com papel de seda ou plissado fino, para o plissado grosso, também chamado papel de florista. É evidente que  tudo isto  foi acompanhado de uma criatividade reconhecida que permitiu fazer flores que causam admiração nas pessoas que não são de Campo Maior.
A preparação da ornamentação das ruas exige tempo e muitas horas de trabalho. Claro que é possível fazer muitos enfeites em pouco tempo. Mas a qualidade nunca pode ser a mesma. Já diz o ditado "depressa e bem, não há quem". E temos um exemplo muito recente: os cravos que foram feitos para enfeitar o Palácio de Belém, segundo ouvi a pessoas entendidas, tinham pouca qualidade e até desmereciam do melhor que se faz em Campo Maior. Tudo isto devido a duas coisas que se juntaram e que tornaram impossível que se fizesse melhor. Por uma houve pouco tempo, por outro, a quantidade de cravos feitos foi muito grande. Lá está, é preciso preparar as coisas com conta, peso e medida.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fazer as "Festas"? - II

Toda a gente sabe o trabalho que dá ornamentar as ruas para as Festas do Povo. Também toda a gente sabe que há ruas onde o número de habitantes tem diminuído de tal modo que é um problema para o trabalho que há para fazer. Mesmo nas ruas onde ainda há bastante gente, é de tradição que nem  todos colaboram da mesma maneira.
Nas últimas realizações das "Festas", a Associação fez, para muitas ruas, muito do trabalho que era tradicionalmente feito pelos moradores. Só assim se conseguiu ornamentar uma boa parte das ruas do centro histórico. Claro que, contra isto se levantaram algumas vozes dizendo que se estava a trair a tradição e que os tectos eram todos iguais.
Certamente que, na medida em que se vai reduzindo o trabalho dos moradores, há que encontrar novas soluções para assegurar as "Festas". A alternativa será deixá-las desaparecer?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Fazer as "Festas"?

O primeiro-ministro de Portugal, perante a gravidade da situação económica e financeira do país, recuou, resolveu adiar, reavaliar, deixar para dias mais favoráveis algumas decisões e realizações. Não porque mudasse de opinião sobre a sua necessidade  e importância. Mas porque reconheceu que "agora" não estavam garantidas as condições mais adequadas para persistir.
E nós por cá? Quando tomaremos consciência de que situações críticas e de gravidade, exigem avaliação cuidada dos meios, reflexão ponderada sobre as consequências e prudência na escolha da melhor ocasião para decidir?
Vem isto a propósito das "Festas". Sei que foram prometidas à população. Mas será este o tempo de as realizar? Haverá meios para o fazer? Não iremos prejudicar a resolução de outras questões mais necessárias e prioritárias?
Se for caso disso, adiem-se. Expliquem-se, com frontalidade, verdade e clareza, as razões, os contornos e as causas da situação e o povo entenderá. As "Festas" devem servir para alegrar e não para atrapalhar a vida da população. Fazê-las sem as melhores condições é condená-las ao fracasso e contribuir para o seu desaparecimento como a maior e mais importante das nossas tradições.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ó belo Campo Maior...

Olhando atentamente para a evolução da vila de Campo Maior ao longo das últimas décadas, ganhamos consciência de quanto prejuízo podem causar políticas insensatas que levam à situação que agora podemos observar. Largos ocupados por mamarrachos que nem funcionam. As entradas da vila são uma desgraça, pois, quem vem de Badajoz pela Fonte das Negras, chega a uma rodelinha sem qualquer graça a fingir de rotunda. Se optar pelo caminho do cemitério, confronta-se com aquela chaga que é o Mártir Santo. Quem vier de Elvas ou de Portalegre, chega ao desolamento que é a entrada da Fonte Nova, onde, efectivamente, fazia todo o sentido existir uma rotunda. 
É tempo de quebrar com estas situações através de políticas inteligentes e ao serviço desta terra e da sua gente.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A longa noite dos fados

Passa-se comigo uma coisa que eu não sei mesmo explicar. Quanto pior é a situação em que me encontro, mais eu fico embasbadado a ver até onde as coisas vão parar. Aconteceu comigo que, sem saber muito bem como, me deu para me meter à chuva e ir ver a sessão de fados no Centro Cultural, no passado sábado à noite. Nem sequer imaginei no que ia meter. Calculem só:  nove fadistas cantando cada um quatro fados,  um cantando três fados e dizendo umas piadas e anedotas, dá trinta e nove fados cantados, mais uma senhora de idade debitando poesia.  E tivemos sorte porque faltou um fadista. Dou-vos a minha palavra de honra que os mais velhos que estavam à minha volta, começaram a cabecear de sono e o vizinho que ficou à minha direita chegou mesmo a ressonar. 
Eu nem queria acreditar no que estava a acontecer. Uma boa parte do pessoal aproveitou o intervalo para se raspar. E eu, sempre parvo e com a minha doentia curiosidade fiquei até final para ver o que aquilo ia dar. Se a primeira parte ainda tinha tido algum interesse, apesar da grande diferença de qualidade entre os cantores, na segunda, as coisas tornaram-se por vezes muito difíceis de aguentar. A noite foi-se arrastando até cerca das duas da manhã, quando a dita senhora  ainda brindou o que restava da assistência, com mais alguns versos. Eu já estava tão perdido de sono que nem me lembro do que ela disse. 
Uma coisa é certa: apesar do gosto que tenho pelo fado, não caio noutra destas tão depressa. E olhem que alguns do que cantaram, cantaram muito bem.
Eu meto-me em cada uma!...

domingo, 9 de maio de 2010

Excessos

Excessiva será talvez uma maneira suave de designar toda a movimentação à volta da vinda do Papa Bento XVI a Portugal.
Excessiva pelos gastos que implicou. O que dizer do microfone forrado a ouro?... e de outras bizarrias semelhantes?
Excessiva a perturbação que vai implicar na vida das pessoas que vivem nas cidades por onde o Papa vai passar.

sábado, 8 de maio de 2010

Vaidade

Ó homem de Deus! Mas tu não vês que a grandeza está mais em reconhecer as nossas limitações e fraquezas do que em incharmos de orgulho pelos sucessos conseguidos?
Repara que na humildade há sempre lugar para aprender, pois se vê mais o que poderia ter sido melhor, em vez de embasbacar com o que de bom se conseguiu fazer. O mundo está cheio de vaidades e a pior das vaidades é a dos que, alcançando algum poder, começam a esquecer aquilo que deviam fazer. Por isso, o mundo melhora tão lentamente que chega a parecer que em vez de andar vai desandando.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lições e conforto

É mais frequente encontrarmos pessoas dispostas a dar-nos lições do que a trazer-nos algum conforto. Principalmente quando temos problemas.
Ora bem. Enquanto as lições dão uma sensação de importância e de superioridade aos que se dispõem a dá-las, os que nos confortam colocam à nossa disposição o seu afecto, a sua consideração e a sua amizade por nós, para tentarem remediar os nossos problemas.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Assim vamos...

Que cansados vamos estando desta gente que faz da política um circo, uma exibição de habilidades e  artimanhas.
Estes espertalhões fazem de nós os parvos que engolem tudo o que lhes querem impingir. O que se passa na Assembleia da República é um escândalo. Os senhores deputados não estão a ver que só conseguem perder a nossa consideração e respeito ao continuarem a inventar coisas que provavelmente nunca conseguem provar. E se, em vez disso, se preocupassem em resolver os graves problemas do país? Quem os ouve até chega a pensar que tudo vai muito bem e que a politica não passa de uma brincadeira.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Contestar sempre

Aí está de novo o sindicato dos professores na algazarra que se vai tornando habitual. Mais uma vez parece dar razão aos que acusam de que não pretende melhorar, mas apenas contestar. Por mais que diga que queria uma  avaliação melhor e melhores condições de trabalho, a sua atitude prova que quer sempre protestar. Dizia não concordar com a avaliação. Mas a ideia que fica é de que não quer avaliação nenhuma. Agora são os concursos e amanhã será outra coisa, bastando para isso que apareça qualquer proposta de mudança, seja ela qual for.
Faz lembrar a velha anedota do anarquista que gritava aos quatro ventos: "Se há governo, sou contra!"

terça-feira, 4 de maio de 2010

Certezas absolutas

Ouvindo o Forúm da manhã da Antena 1. É aquele programa onde se ouvem as coisas mais esquisitas. O tema era o jogo Porto-Benfica. Aparece um ouvinte que misturou futebol e política. Afirmou a sua fé de que no dia 9 irá ver Lisboa toda de vermelho vivo, ao contrário das cores rosa e laranja que têm dominado a capital. Ligou a certeza da vitória do Benfica à celebração do aniversário da derrota do nazismo.
Assim mesmo é que é! Homens de fortes convicções e certezas absolutas!

É claro que é sempre perigoso deitar foguetes antes da festa...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Analfabetos?

Uma personagem de banda desenhada de quem muito gostava, era useiro e vezeiro em inventar insultos com que mimoseava aqueles que o enfureciam. De temperamento colérico, amigo do seu copito, inventava coisas como raios e coriscos, pirata, flibusteiro, marinheiro de água doce e cataplasma, que atirava à cara dos que se atreviam a contrariar as suas intenções ou a desmentir aquilo em que acreditava. Um dos insultos que mais me agradavam era o de analfabeto diplomado. Pois quem me havia de dizer que tantas vezes me apetecesse usar esse conjunto disparatado de termos, por se adaptar tão bem aquilo que penso de certas pessoas com que convivo. De facto, diplomados são, às vezes com diplomas de causar espanto, reverência e respeito. Mas, comportam-se de forma tão pouco de acordo com os diplomas que têm, que mais parecem verdadeiros analfabetos.

domingo, 2 de maio de 2010

Comemoração no 1º de Maio

O 1º de Maio foi comemorado em Campo Maior de forma original. Em vez de uma das habituais manifestações, um convívio de associações. É interessante que se tenha ido para esta forma de convívio. A comemoração do 1º de Maio nunca terá tido, julgo eu, grande tradição entre as gentes de Campo Maior. E, se alguma teve, o Estado Novo encarregou-se de acabar com essas manifestações. Se algumas tentativas foram feitas após o 25 de Abril, as graves divergências que atravessaram a sociedade não permitiram que se voltasse a criar a tradição de o comemorar. A nossa vila, de gente muito ligada ao trabalho no campo, viveu muito à margem dos movimentos operários das fábricas. 
De qualquer maneira, foi agradável ver em confraternização pessoas de todas as tendências. Foi interessante verificar que o próprio Presidente da Câmara e elementos da sua equipa compareceram e foi muito agradável assistir à mostra de actividades das associações que existem em Campo Maior, algumas das quais são pouco conhecidas pela população. Os grupos que actuaram apresentara-se de forma a agradar à assistência.

sábado, 1 de maio de 2010

Comunicação

Como já aflorámos antes, um dos aspectos em que a nossa autarquia continua a demonstrar uma grande falha é na comunicação. Basta ver o portal da Câmara e o que lá encontramos em grande destaque? Festas e outros eventos.
É de reconhecer que agora temos disponíveis as actas da Câmara. No entanto, a sua leitura de pouco esclarece para além de certos actos formais. Sobre projectos para o futuro não podemos nelas recolher informação esclarecedora. De certo modo, isto prejudica a acção do executivo da Câmara pois pode levar a pensar que pouco ou nada estará a ser feito. Tudo se passa como se houvesse apenas  preocupação de ir gerindo os assuntos correntes.
Uma boa informação é sempre a melhor maneira de fazer com que as pessoas se interessem por esse cavalo  de batalha que é o "orçamento participativo".