quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A INEVITÁVEL CICLICIDADE DA HISTÓRIA?


Uma política económica justa deve evitar a todo o custo que as grandes riquezas sejam sejam conseguidas pela criação de grandes pobrezas. Como conseguir que os homens, todos o homens, entendam claramente isto?

A economia do "vale tudo" para atingir todos os fins, acaba sempre por arrastar todos para a inevitável tragédia que é esta Comédia Humana. Porque, ainda que demore muito, chegará sempre o dia em que os que foram desprezados, humilhados e espoliados, se erguerão em revolta exigindo vingança, tentando repor a justiça, reequilibrando a distribuição da riqueza.
Sempre assim foi e sempre assim voltará a ser. Porque, na sua insaciável estupidez, os prepotentes nunca aprendem a controlar a sua ambição e os justos ainda não conseguiram aprender que é importante  manterem-se unidos para evitarem voltar a serem vítimas dos seus opressores.
Mas, haja esperança. Olhando com inteligência e objectividade para a história das civilizações, percebe-se que há um avanço contínuo embora, por vezes, tenhamos a nítida impressão de que estamos recuar.
Acreditem porque é absolutamente verdade: nenhum de nós gostaria de voltar a viver como viverem os que nos antecederam há, por exemplo, 500 anos.

domingo, 26 de janeiro de 2014

RESPOSTA E AVISO



Em resposta a um texto (ou insulto?) que me foi dirigido a propósito do texto por mim publicado neste local com o título de “Esta é a nossa realidade…”, apenas tenho a dizer estas coisas simples e claras para ver se  uma certa criatura as consegue entender:

- Não se trata de um comentário, porque você não comentou coisa nenhuma. Apenas vomitou uma série de boçalidades que me recuso a reproduzir.

- Porque, apesar de haver quem faça tanto, como o senhor agora fez, para me fazer desacreditar na bondade da condição humana, respondo-lhe com a transcrição do texto que a seguir reproduzo.

- Não tente responder classificando Miguel Sousa Tavares com os mesmos mimos como me classificou a mim. Primeiro porque isso só aumentará a minha convicção da sua irremediável ignorância e total ausência de educação. Em segundo lugar porque eu, por consideração que acho que você não merece, não voltarei a responder a qualquer coisa que volte a fazer a respeito do que eu venha a escrever.

- Aconselho-o a deixar de ler o “Fonte das Negras”. Primeiro, porque você não o entende, sendo, portanto, uma perda de tempo. Segundo, porque assim evita estar a enxovalha-se mais com as porcarias que escreve.


Miguel Sousa Tavares, escreveu no Expresso de 18 de Janeiro, pág. 09:

            Quando acontecer o 1640 de Paulo Portas, marcado para 17 de Maio, só por inconsciência ou por conveniência se poderá dizer que recuperámos parte da nossa soberania. Apesar das privatizações (justificadas para a diminuir), a dívida pública terá aumentado mas, por via delas, Portugal terá alienado quase tudo o que, no sector económico, público ou privado, caracteriza um país soberano (…) Se isto é um país soberano, eu prefiro os Filipes.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ESTA É A NOSSA REALIDADE…



Este governo não é apenas um mau governo. É, acima de tudo, um governo perigoso. E é um governo perigoso, porque está a destruir tudo o que constitui a essência de uma pátria, debilitando aquilo que é a estrutura básica que a sustenta: o nosso povo.
A miséria para que atirou a maioria da população, destruindo uma parte considerável da nossa classe média, condenando muitas famílias a uma situação de grande pobreza, o modo como expeliu para fora do país grande parte da nossa juventude, perdendo com isso a parte da nossa população melhor preparada para assegurar o nosso futuro, comprometeu as nossas condições de vida, condenando-nos a um extenso período de grandes dificuldades.
A maneira criminosa como, por via das privatizações, está a alienar quase tudo o que caracteriza um país soberano, compromete a nossa independência como povo e a nossa autonomia como nação.

Este governo, além de ser um mau governo, não é um governo confiável. O seu objectivo não é o da salvação nacional que apregoa, mas o de tentarem, a todo o custo, manterem-se no poder, mesmo que tenham de lançar mão de todos os subterfúgios e manipulações da verdade. 
Por mais que tentem ofuscar-nos com a sua persistente propaganda, a realidade é mesmo esta: Por mais que multipliquem os sinais positivos por mais que, em certos aspectos, os resultados estejam a melhorar, não temos ainda qualquer garantia de que existam condições efectivas para que possamos regressar a uma sustentável situação de viragem.

Por mais que tentem iludir-nos com as ilusórias perspectivas de retoma e de recuperação, esta é a realidade. A pedra atirada para o poço, quando bate no fundo, reflui e vem um pouco acima; mas, depois, vai repousar no fundo para onde foi atirada. E, sendo pesada e fundo o poço, será muito difícil fazê-la voltar à superfície.

NOTA: Este blogue assumiu intencionalmente o nome de Fonte das Negras, a parte mais extrema e mais próxima da fronteira, na vila de Campo Maior, precisa e intencionalmente, para mostrar como é importante e urgente conhecermos e avaliarmos o que se está a passar para lá do Caia, para melhor compreendermos os que se passa do lado de cá, onde vivemos. Vem isto a propósito de certos comentários que tenho recebido.

sábado, 18 de janeiro de 2014

MAIS UMA DAS SUAS HABILIDOSAS MANOBRAS DE DIVERSÃO?



Para nos lançarem “areia nos olhos” e nos distraírem dos nossos verdadeiros problemas, estes politicozinhos que governam o país como se tratasse de brincar como se jogassem um jogo de computador, lançam agora a questão dos casais homossexuais poderem ou não adoptar crianças.
Eu, que, nem sou homossexual e que, portanto, nada tenho que me implique nesta questão, ponho-me a fazer perguntas para ver se entendo este problema:
- Com que direito posso eu determinar que um casal de pessoas, vivendo em relação estável, podendo e querendo, seja legalmente impedido de propiciar a uma criança boas condições de vida e boas condições de educação, adoptando essa criança para dela cuidarem como seu filho?
- Poderei eu negar que a adopção seja uma boa solução para crianças que, de outro modo, não podem desfrutar de uma vida familiar estável, acolhedora e confortável?
- Com que direito posso eu impor os meus critérios e preconceitos quando se trata de decidir sobre a vontade, os direitos e as escolhas dos outros?
- Aceitaria eu que, sendo heterossexual, viessem outros opinar sobre a minha inclinação e as minhas opções?
- Com que situação me devo eu preocupar mais: Com a situação das crianças martirizadas ou abandonadas por famílias completamente desestruturadas, sofrendo maus tratos, fome, abandono e total falta de cuidados, ou com as crianças criadas com afecto por dois homens ou por duas mulheres, que os tratam com verdadeiro amor e cuidam com todo o carinho?
- Há algum meio de concluir que ser criado por homossexuais determina que a criança venha a ter tendência para a homossexualidade? Então como explicar a homossexualidade nos indivíduos que foram criados e educados por casais heterossexuais?

Acima de tudo, o que mais me espanta, é que um partido que tanta responsabilidade tem nesta desastrosa situação em que estamos a viver, torne esta questão motivo para um referendo como se, de facto, se tratasse de uma questão prioritária e de grande interesse para o nosso país e para o nosso povo.

Acho que há gente que pensa que todos nós somos tão parvos que nos podem manipular como mais lhes convém.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ELES SÃO ASSIM...



José Luís Arnaut foi ministro de Durão Barroso e de Santana Lopes. Anda nos corredores do poder há muitos anos e teve direito, claro está, a uma comenda. Nos tempos em que parecia que Arnaut se dedicava à política, era uma espécie de Relvas que sabia ler e escrever. Mais polido do que o aprendiz de Tomar, dedicou-se a uma das mais antigas profissões das democracias: fazer uma ponte entre o mundo dos negócios e o Estado, quase sempre com vantagem clara para o primeiro. Era e continua a ser, usando alguma liberdade de linguagem, um facilitador.
A Rui Pena & Arnaut, sociedade de advogados de que é um dos sócios, esteve ligada à privatizações da REN e da ANA e envolvida na fracassada privatização da TAP. Nunca sendo muito claro de que lado joga, como foi o caso da REN, onde o escritório tinha como cliente da Rede Elétrica Nacional e, em simultâneo, participava na elaboração das propostas de lei de base e diplomas regulamentares do novo enquadramento legislativo nos sectores da energia. Essa é, aliás, uma das funções destes escritórios: autênticos órgãos não eleitos de produção legislativa para o Estado, sem qualquer verdadeira fiscalização de conflitos de interesses. A RPA também participou nas negociações dos swaps com o Estado e representou os interesses da Goldman e da JP Morgan.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

TENHAM VERGONHA!


Há quem faça política sem olhar aos meios que são utilizados para atingir os objectivos em vista. São os que traçam políticas económicas em folhas do Excel, os que entendem a politica como um jogo, em que importa usar os truques que permitam obter o máximo de sucesso no mínimo tempo e com o máximo de vantagens, para obter o máximo de notoriedade e de glorificação pessoal.
Infelizmente, conhecêmo-los bem pois as suas maquinações têm vindo a complicar a vida de muitos de nós. 
Agora, depois de nos terem transformados em vítimas dos seu delírios e maquinações, parece terem chegado à altura de se virem a armar em salvadores da Pátria. Como se, para eles, a Pátria fosse um sentimento. Eles que não são gente de sentir... Eles que disseram estar nas tintas para as eleições, estão agora a mudar de máscara porque se aproxima o tempo de serem julgados pela eleições. 
Vejam como agora começaram a cantar vitória apregoando indicadores que mostram os bons resultados dos meios que utilizaram. Mas bons resultados para quem?
Vamos aceitar a correcção e os efeitos apregoados desses indicadores. Mas, é apenas isso que conta em política ? É apenas isso que deve ser tomado em consideração?
E os muitos que, para aí se chegar, perderam tudo, enquanto outros, muito poucos, tanto lucraram?
E os que perderam empregos, casas e se viram condenados ao extremo de nada terem?
E os que não encontraram o apoio mínimo para a sua velhice ou para cura do seus sofrimentos?
E os que tiveram de deixar o seu espaço de conforto para ir em busca de sobrevivência noutros lugares?

A frase é de Francisco Sá Carneiro que fundou o partido em nome do qual eles dizem estar a governar:
                    
A política sem risco é uma chatice e sem ética é uma vergonha.

Nota: Segundo o meu dicionário, a Ética é a parte da filosofia que trata da moral.

           Por isso eu repito: TENHAM VERGONHA!

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

DA MANIPULAÇÃO



“Trabalhar a linguagem, transformá-la, usá-la como instrumento de poder, sempre foi marca de qualquer poder. Este Governo, sustentado por uma máquina de comunicação composta por centenas de assessores e apoiado por agências de comunicação especialistas em manipulação da opinião pública, tem sido perito neste campo, talvez aquele em que a sua competência menos pode ser beliscada. Parecem imparáveis, porque perderam toda a vergonha e limitam-se a continuar, a manter-se no poder, é essa a sua única preocupação - com o objectivo de implementação de um programa ideológico de empobrecimento e de aprofundamento das desigualdades sociais. A linguagem pavimenta o caminho para as próximas eleições, e tudo será dito, e o seu contrário, para a reconquista do poder e a manutenção do status quo. Servir o povo, o ideal da democracia, é apenas um pormenor da História. Uma chatice.”
(Sérgio Lavos, in Arrastão)

A propaganda é o instrumento privilegiado dos políticos, porque ela lhes permite desenvolverem as suas estratégias da forma que melhor lhes garanta a consecução dos objectivos que pretendem atingir.
Claro que as deficiências culturais da população criam o ambiente favorável para que prospere a manipulação. A ausência de sentido crítico e a indiferença generalizada potenciam a proliferação de uma aceitação de propostas que vão exactamente no sentido contrário aos interesses daqueles que consente ou apoiam os absurdos projectos que lhes vão sendo apresentados como se fossem formidáveis soluções.

Tudo isto dá uma arrepiante actualidade á afirmação de Eça de Queiroz em O Conde de Abranches:
Este governo não cairá, porque não é um edifício.
Sairá com benzina, porque é uma nódoa.