sexta-feira, 30 de julho de 2010

Verão quente

Apesar de ainda estar a gozar as minhas (merecidas) férias, não deixo de acompanhar a blogosfera campomaiorense. Assim vou sabendo algumas novidades. 
O Verão que se apresenta muito quente, parece estar também a aquecer no que respeita ao problema de sempre: os ciganos instalados no Mártir Santo. A indignação sobe de tom e começam a aparecer posições radicais que apontam para soluções de muita violência. 
É tempo das autoridades tomarem medidas mesmo a sério, antes que aconteça alguma coisa de muito  mais grave do que aquilo que se tem verificado. Tudo passa por exigir que os ciganos cumpram as leis e se tal não acontecer que sejam punidos por isso. Isto quer eles continuem no Mártir Santo, quer os levem para qualquer outro lado. 
Exige-se às autoridades políticas e policiais que cumpram o seu dever

terça-feira, 20 de julho de 2010

E, finalmente, as férias...

Nada como a distância para nos fazer compreender como são pequenos certos problemas que costumamos empolar, no nosso dia a dia.
Daqui, tudo me parece agora muito diferente. Nada como o quebrar das rotinas para nos colocar numa maneira diferente de olhar para as coisas da vida. Daqui, de onde estou, posso relativizar tudo o que me ocupava o pensamento. E, posso sobretudo deixar o espírito livre para me dedicar a novas observações, novas relações e novos pensamentos.
Para que o corte seja ainda mais acentuado, combinemos deixar, por algum tempo, suspenso este nosso diálogo.
Até ao meu regresso!

domingo, 18 de julho de 2010

Para onde nos estão a arrastar?

Ouvindo as pessoas duma geração anterior à minha, fui ficando com a impressão de que há duas ou três décadas, houve em Portugal governantes dotados de capacidade política para pensarem projectos e gerir situações. Homens que se orientavam por doutrinas, convicções e ideologias, que transmitiam às pessoas ideias claras sobre o que pretendiam realizar.
Os políticos de hoje dão a impressão de que vão ao sabor das circunstâncias, recorrendo a artimanhas e astúcias, com uma única preocupação: alcançar e conservar o poder.
A crise que vivemos, dá a impressão de que, antes de ser económica e social, é uma crise de consciência, de princípios e valores morais. Na base de tudo está uma crise de ideias. Não há nem convicções, nem vontade da parte dos que têm a responsabilidade de governar.
É desesperante a impotência que sentimos face a esta crise que dizem global, mas que nós sentimos como essencialmente nacional. Nunca como hoje nos sentimos tão inseguros, perante os poderes ocultos que determinam as nossas condições de vida. Há uma descrença crescente, devido à falta de confiança que nos transmitem os que exercem o poder político. Já não sabemos quando estão a falar verdade ou quando continuam apenas a mentir.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Que situação é esta?

Cansado do que por aqui se vai passando, ou melhor, desencantado porque aqui não se passa nada que mereça a pena ser sublinhado, resolvi dedicar maior atenção ao que se vai passando por este país.
A crise continua, não sabemos até quando. Neste capitalismo de presas e predadores, tem-se a impressão de que estes são tão insaciáveis e vorazes, nem reparando que, qualquer dia, já não haverá mais nada para devorar. 
O Governo parece ir numa corrida louca, adiando uma inevitável derrota. Aquilo que está a fazer já não são cortes: são amputações porque tira cegamente sem critério, retirando aos mais fracos o que é essencial para a sua sobrevivência.
Ouvindo os mais velhos, tenho a impressão de que deixou de haver autênticos políticos. Parece que os governos se limitam apenas a passes de mágica mais ou menos contabilísticos. Tudo indica que estamos a ser governados por pessoas que não têm uma ideia clara da situação, nem sabem como a resolver. Em vez de remédios e tratamentos adequados, recorrem apenas a truques e a mezinhas. 

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Política e politiquice

Tenho um amigo com uma tal aversão à política que se recusa terminantemente a tomar partido contra seja o quê ou quem for. Julgo que a posição radical que tomou está errada. Mas, costumo respeitá-la e nunca conduzo as nossas conversas nesse sentido. 
Com minha surpresa, no outro dia estava tão furioso que começou a protestar contra o descaramento e a falta de carácter de certas pessoas, referindo-se a uma situação que, no essencial, era muito política. Em resumo, e procurando seguir as suas palavras, foi dizendo o seguinte:
- Que não se podia admitir que fulanos, sempre que se reuniam, era para achincalharem uma personalidade local que exerce um cargo político de destaque e o faziam em termos chocantes, uma vez que essa personalidade muito os beneficia em termos de ganhos e de destaque que por ela lhes é conferido;
- Que sempre se dirigiam a essa pessoa designando-a em termos ofensivos e de grande desprezo e desconsideração, como a anã, a coisa pouca, o clone e a cortiça.
- Que por si próprio, tinha compreendido o significado dos primeiros termos, os quais são muito ofensivos, mas que lhe tinha escapado a razão de ser do último e perguntara, tendo-lhe sido explicado o porquê; 
- Que a cortiça significava a maneira como a dita pessoa tomava decisões, ou seja, vinha um e dava a sua opinião e ela dizia que sim; vinha outro e dava outro parecer e ela concordava. Portanto, tal como a cortiça, andava ao sabor das ondas.
Dizia o meu amigo que a falta de carácter de certa gente não conhece limites e usava expressões tradicionais com que procurava traduzir o desprezo que lhe provocava esse tipo de gente. Expressões como: cuspir no prato onde comem; morder na mão que os afaga; comer a minhoca e c... no anzol. 
Acho que o meu amigo tem razão. Só é pena que ele não entenda que política é isto que ele faz, censurando a imoralidade dos que ele pensa que fazem política, quando efectivamente, estes fazem uma coisa completamente diferente a que podemos chamar: trafulhice, aldrabice, traição, mau-carácter e outras coisas que caracterizam o modo de proceder a que devemos chamar politiquice. 

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Calores e afrontamentos

Começou tardiamente a época dos grandes calores de verão. Não tivemos aquele período de adaptação a que chamamos primavera. Andamos encalorados e temos tendência para desacelerarmos de tal modo a nossa actividade que parece que nos movemos à velocidade do caracol. 
Contudo, pelo que tenho ouvido, um pouco por todo o lado, há um  afrontamento a juntar-se ao calor do clima que é o que está a ser sentido para os lados do PS. Parece que as pessoas andam afogueadas porque não entendem o caminho que está a ser seguido, em certos aspectos, pelos responsáveis pela gestão da Câmara. Se no domínio dos planos para o futuro, parecem existir ideias e estão em marcha alguns projectos, no domínio da chamada cultura, parece reinar a desorientação e o descontentamento. Isto a mim alivia-me porque, afinal, não sou o único a pensar que nada mudou e que estamos, provavelmente, pior do que antes. Eu, tenho para mim que pior do que antes é impossível, mas sinto que, de facto, estamos a ser confrontados com mais do mesmo. Também, como não? Se atentarmos bem, verificamos que são as mesmas pessoas que estão a decidir e a promover as actividades ditas culturais. Ou seja, a situação é a de que, na verdade, nem as moscas mudaram.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Exemplos de cultura local

Tive de cumprir uma promessa que tinha feito à minha tia e à minha priminha. Prometera que iria ao Centro Cultural acompanhar a primeira e ouvir a segunda na apresentação do espectáculo baseado no conjunto de flautas, dirigido pelo professor Vasco Pereira. 
Tinha feito uma primeira tentativa quando se apresentaram na feira das escolas. Dela vim muito arreliado porque, com a barulheira e a falta de educação dos assistentes, não me permitiu ouvir qualquer som. Lá me convenceram que agora era diferente e ainda bem que o fizeram. Entre as razões que me apresentavam, pesou muito a da minha priminha que parava de elogiar a paciência do professor, embora fosse dizendo que ele é muito exigente e não consente brincadeiras. Quanto à minha tia, o facto de eu perceber que lhe dava jeito a boleia, também pesou bastante.
Confesso que dou a mão à palmatória. Foi bom ter-me deixado convencer. O que vi e ouvi foi muito agradável e merecedor de todo o apoio e dos maiores elogios. Se foi muito perfeito ou não, não interessa mesmo nada. Interessa é ver crianças desta terra empenhadas em tocar músicas que vão desde os tempos mais antigos, até à actualidade e da música clássica à musica popular.
É a segunda vez (a primeira foi a da Universidade Sénior) que sou surpreendido por realizações levadas a efeito nesta terra e de que, infelizmente, tão pouco se fala. Esta última nem sequer vinha no folheto que é distribuído pela Câmara que não lhe fez qualquer publicidade. 
Se isto não é dar pouca importância à cultura local, então não sei como lhe devo chamar.

sábado, 3 de julho de 2010

Que critérios são estes?

Geralmente, obrigo-me a, na medida do possível, observar o que, no domínio da cultura, se vai fazendo em Campo Maior. Tinha passado pelo Centro Cultural para ver uma exposição que lá tem estado aberta ao público. Não me provocou grande entusiasmo, sobretudo depois de ter visto a que anteriormente ter sido feita no mesmo local e na Biblioteca sobre a obra de Andersen, escritor dinamarquês. 
Mas, disse para mim mesmo que as coisas acontecem de tal modo que umas correm melhor outras pior. 
Acontece que, levado pelo entusiasmo de uma familiar que tenho em grande estima, fui ver a exposição que mostra o que foi feito ao longo de um ano na Universidade Sénior de Campo Maior. Ora, aqui é que bate o ponto: então o Centro Cultural expõe coisas vindas de fora e ignora coisas de muito mais qualidade feitas aqui na terra? Como se admite que a obra que está a ser feita por esta instituição fique fora do interesse dos responsáveis pela cultura desta terra?
De facto, temos de concluir que algo não vai bem neste recantozinho encostado à raia de Espanha.