sábado, 19 de fevereiro de 2011

Formas de entender a música?

Leio com alguma surpresa no blogue Vasco M. N. Pereira o texto "Contentinhos" - com o quê? e não posso deixar de sentir uma estranha mistura de decepção e surpresa com aquilo que li, porque publicado por uma pessoa por quem sinto estima e simpatia e alguma gratidão pelo contributo que deu à minha própria formação.
A decepção resulta de não entender como alguém que tanto se tem batido pela divulgação de uma cultura musical séria, aqui, em Campo Maior, vem agora dar o seu aval a um texto que transpira uma concepção elitista da música por todos os poros. 
Entendo que, uma pedagogia da música compreende também e basicamente a educação do gosto e da sensibilidade para aceitar e entender a boa música. Assim como a prática da própria música, que pode ser feita através de um coro, ainda que com imperfeições, tem uma grande importância como veículo para essa pedagogia.
Há que distinguir entre a música rigorosa que deve ser apresentada por profissionais e a música que consiste apenas no exercício comparticipado por grupos de amadores. São coisas completamente distintas na forma, nas circunstâncias e nos objectivos que lhe dão corpo.
Por outro lado, a surpresa resulta de ver isto subscrito por alguém que tanto se tem empenhado na formação das jovens gerações numa terra onde é tão escassa a cultura musical. Quem se dedica à formação musical, por vezes com sacrifício da sua produção a nível da composição, tem de distinguir com clareza os objectivos de uma e outra das actividades, não desmerecendo o valor de qualquer delas, porque ambas são orientadas por objectivos que sendo muito distintos, não deixam de ter ambos a sua importância e grandeza.
Talvez que o erro esteja em mim que não entendi com clareza o conteúdo da mensagem.

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