segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

As Festas?...

Embora não seja assunto que me motive por aí além, não posso ignorar que a questão da realização das Festas do Povo é recorrente nas conversas dos campomaiorenses, nos dias que correm.
Para mim que me considero bastante à margem desta questão, parece-me que há um certo desencontro entre o voluntarismo de um grupo que as quer fazer custe o que custar e a relutância de grande parte parte da população que parece não estar muito entusiasmada com a ideia de que elas venha a ser feitas neste ano. Claro que a conjuntura sócio-económica tem algum peso nesta hesitação. 
Não deixa de ser notável a maneira como constantemente se afirma que "há Festas quando o povo quer" e a maneira insistente como alguns querem forçar a sua realização. Afinal trata-se de auscultar a vontade do povo ou de forçar a sua adesão?
Verdade seja dita que, à partida, parecem bastante consistentes as cautelas que condicionam a falta de vontade de uns. Tal como custa a entender a pressa que outros colocam nessa decisão. Se as Festas já se não efectuam desde 2004, porquê tanta precipitação? Porque não esperar por melhores dias?
Mas isto sou eu a pensar alto. 
Há uma coisa que me parece, contudo, evidente: não podemos colocar de um lado uns porque gostam muito das Festas e do outro os que têm dúvidas de que seja este o melhor momento para a sua realização. Se calhar, tanto uns como os outros, tomam esta posição por darem grande valor a esta grande realização cultural da nossa terra.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Carta aberta a Jack the Ripper

Não concordo consigo quando considera o passado sábado como o Dia D para as Festas do Povo 2011. A comparação com o desembarque na Normandia, que deu início ao fim da Segunda Guerra Mundial, é inadequada. Primeiro porque esse dia surge como resultado de uma preparação que começara muito antes. E, se algum significado podemos atribuir ao passado sábado, foi o de dar início ao processo que ditará a decisão de haver ou não Festas este ano. Aliás, é esse o raciocínio que produz no seu texto quando afirma que a "Comissão tem agora uma árdua tarefa".
Contudo, para mim a afirmação mais importante do seu texto é a de "que as Festas necessitam de uma estratégia de fundo, válida para estas Festas e para as seguintes." É aqui que bate o ponto, porque o erro estratégico da sua realização neste ano, se provocar um falhanço, pode comprometer a sua realização no futuro. Num pensamento estratégico, a primeira preocupação é a de perceber com clareza as condições estruturais e conjunturais que vão condicionar o que se pretende fazer. Outra preocupação estratégica, é a de tomar em consideração as mudanças, não para fazer uma ruptura com o passado como diz, mas para fazer as adaptações necessárias para que os processos possam continuar. As mudanças que se deram determinam as alterações que devemos fazer. Não atender ao tempo, às condições sociais, financeiras e políticas, pode ser o caminho mais directo para o insucesso porque raramente esse caminho garante o êxito. 
De facto, as Festas são a mais admirável manifestação cultural criada e desenvolvida por este povo. Por isso, elas não podem ser decididas com base no voluntarismos de alguns, sem atenderem às condições e limitações que, em determinado momento, condicionam uma comunidade. 
Pelo que tenho por aí ouvido, fui concluindo que, alguns dos que mais apreço têm pelas Festas do Povo, são os que estão mais preocupados com a sua realização, sem estarem reunidas as condições para que possam vir a ter um sucesso que garanta a sua continuidade. 
Cumprimentos solidários


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Que raio de campanha é esta?

Por mais que tente, não consigo ganhar entusiasmo com esta questão da eleição para Presidente da República. Por mais empenho cívico que me tente impor, não consigo entusiasmar-me com as mensagens destes candidatos. E, no entanto, é bem preciso escolher bem. Os tempos vão difíceis e torna-se necessária a escolha dos que melhor possam contribuir para a resolução dos problemas que nos afligem. 
Afinal, a crise não é apenas económica e financeira. Parece que há, sobretudo, uma enorme crise de capacidade política para a enfrentar. Nos discursos que estes candidatos vão produzindo, em vez de política, temos apenas ouvido uma troca constante de acusações e denúncias. Não quer dizer que estas questões não sejam importantes porque revelam o bom ou mau carácter dos que se oferecem para desempenhar um cargo de tanta importância. Até porque, de forma irritante, alguns que, ao que parece, têm telhados de vidro e esqueletos esquisitos nos seus armários, se armam em grandes senhores de indiscutível isenção e seriedade.
Contudo, seria bom que entendêssemos que intenções e projectos têm para ajudar a resolver os problemas do país. E que bicudos são nesta altura esses problemas! 
A crise financeira é tão grande que temos a sensação de que o governo mais não faz do que tentar encontrar recursos para a resolver. Todos os outros problemas da governação parecem estar parados.
Ora bem... não podemos arrastar por muito tempo esta situação. Gostaríamos, portanto, de saber o que é que estes candidatos pensam acerca de tão graves problemas. Mas parece que estamos com pouca sorte...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Que neura!

Finalmente o sol espreitou. Estes dias de nevoeiro têm--me torrado a paciência. É que não há vontade para nada. Os dias correm cinzentos, quebrando o ânimo seja para o que for. Quando assim acontece, manda a boa educação que nos isolemos para não irmos embirrar com os outros que, certamente, estarão com tão pouca paciência como eu estou.
Aproveitando o alívio deste nevoeiro, resolvi dar uma volta até para pôr o carro a funcionar e abastecer de gasolina. Fiquei a saber que já é possível transitar na Avenida Humberto Delgado. Contudo, pareceu-me tudo aquilo muito estranho. Em certos pontos, os passeios alargam-se e a via de circulação dos carros parece ficar demasiado estreita. Se assim for, não entendo. Afinal, trata-se da entrada principal, por onde transita a maior dos carros que vêm e saem da vila. Provavelmente, não entendi bem as intenções. Ou será que não? 
Fiquemos na expectativa para ver se esta obra se justifica ou se é apenas mais um sorvedouro de dinheiros públicos, sem que se veja qualquer vantagem.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Para onde vamos?

Nada de hipocrisias. Em todos os tempos houve quem comprasse e quem vendesse prazeres.  Isso pertence à vida privada de cada um e não tenho qualquer interesse em meter-me por esses caminhos.
Mas, o que acontece hoje é que se tornou aparentemente normal e aceitável aquilo que, por muitas razões, deveria parecer bastante estranho e discutível.
Os jornais têm estado cheios de notícias que falam de um jovem que, procurando brilhar no esplendor da sua juventude e beleza física, parecia disposto a tudo. Mas nisso, ele investia o quê? Que dotes e que esforço deveria ter desenvolvido para alcançar a fama que tanto desejava? Afinal trata-se de um jovem universitário, a concluir o seu curso, ao que parece suspenso para "seguir o sonho" de ser modelo, pertencendo a uma família que assumiu com naturalidade a opção por ele feita, sem medir consequências.
Mas o que mais se estranha naquilo que os jornalistas escrevem é a maneira como a sociedade parece aceitar os factos e a violência que descrevem. Pessoas notáveis, entrevistadas, opinam sobre a questão mais como quem lamenta aquilo que aconteceu, do que analisando as causas que podem ter levado a esta tragédia.
Um jovem, vítima dos seus loucos projectos de vida, vê essa mesma vida aniquilada ainda no seu início. E, estranhamente, ninguém parece interessado para apontar o dedo a esta sociedade que elegeu a futilidade como objectivo de vida. Se isto não é um grave sintoma de decadência, digam que mais temos de esperar para acharmos que estamos a caminhar num mau sentido.

domingo, 9 de janeiro de 2011

A crise e as soluções

Não deixa de ser preocupante pensar nos efeitos que esta crise pode trazer para o Alto Alentejo. É que, aqui, verdadeiramente, já tinha começado há muito tempo. As povoações têm definhado, perdido muita população e, sobretudo, têm mostrado uma enorme falta de recursos e de capacidade para resolverem os seus problemas. Claro que há excepções. Mas, em geral, a situação é preocupante.
Pensando no caso concreto de Campo Maior, vem-me à memória aquilo que tenho lido e ouvido sobre a situação que se vivia em Portugal antes do 25 de Abril de 1974. Parece ser evidente que a falta de preocupação que havia com os problemas sociais e culturais, e teria sido desastroso se não se desse o caso de existir no país uma instituição como a Gulbenkian que alguns consideravam ser o verdadeiro ministério da cultura e das questões sociais.
Vem isto a propósito das notícias que chegam da vizinha cidade de Elvas, onde o voluntarismo de um presidente de câmara dedicado à sua função, procura soluções para suavizar os efeitos da crise, apostando em investimentos em obras públicas, procurando soluções para evitar o agravamento do peso das obrigações fiscais para os habitantes e apoiando as associações que existem no concelho. Aí está um bom exemplo de acção política.
Campo Maior tem uma situação muito própria que me fez lembrar do papel desempenhado noutros tempos pela Gulbenkian. Aqui, a acção dum tecido empresarial, gera riqueza e postos de trabalho que tornam muito menos preocupante a situação. Por isso, a solução não terá de ser a de agir no sentido de combater o desemprego. Mas, em contrapartida, há antecedentes que exigem uma redobrada atenção agora que a crise está instalada. O problema dos gastos excessivos e injustificáveis que se tornou hábito na gestão municipal ao longo de décadas, tem de ser combatido. Há que avaliar bem o interesse e a necessidade de cada investimento. O tempo não vai para actividades de diversão quando há que garantir condições mínimas de subsistência para uma parte significativa da população. Basta de manias de grandezas que, criando compromissos financeiros absurdos, comprometem o futuro desta comunidade. 
Os tempos que aí vêm exigem inteligência, empenhamento e seriedade na gestão dos dinheiros públicos.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ano Novo. Vida nova?

Cá estou de novo, com o ano mudado mas sem que, por aqui, se notem mudanças. O ano muda mas tudo continua como dantes. É natural, porque a mudança de ano é apenas uma convenção para medir o tempo. A vila continua a estar, ora sob a ameaça da chuva, ora com esta chuvinha mansa que não molha muito mas incomoda. 
De certo modo, nós por aqui, chegado o Inverno, entramos um pouco em hibernação, como ficam os ursos nas regiões frias do Norte. O que apetece é ficar em casa. Saímos para trabalhar porque tem de ser.
Até a chamada "programação cultural" entrou em passo lento: a não ser o concerto da banda no dia 8 de Janeiro, não há grandes motivos de interesse. No cinema, por causa da novidade dos 3D, agora passa mais cinema de animação. Francamente, não me apetece sair de casa para ver histórias para crianças, maiores de 6 anos. Quanto aos outros espectáculos previstos, valha-me Deus...
O trabalho, apesar das rotinas de que é feito, na maioria dos casos, chega a ser estimulante para quem tem tão poucas motivações para sair.
Resta-nos esperar que o tempo vá passando até que a mãe natureza volte a acordar.

Ah! esquecia-me da "grande expectativa"  que são as próximas eleições presidenciais. A chatice chegou ao mais alto patamar da nossa política. Francamente, não há nada que nos cause entusiasmo suficiente para que a esperança nos anime na expectativa de melhorias.