Miguel Relvas fez licenciatura num ano
O ministro-adjunto e dos Assuntos
Parlamentares fez num ano uma licenciatura cuja duração é de 3 anos. O seu
currículo profissional e a frequência em cursos de História e Direito
ter-lhe-ão dado equivalências às restantes disciplinas.
Matriculou-se pela primeira vez
na Universidade Lusófona em setembro de 2006 no curso de Ciência Política e
Relações Internacionais e em outubro 2007 licenciou-se.
"Tirei o
curso de Ciência Política e Relações Internacionais, na Universidade Lusófona
de Humanidades e Tecnologia, em Lisboa, depois de ter frequentado, na década de
80, os cursos de Direito e de História", informou o ministro-adjunto e dos
Assuntos Parlamentares, em entrevista ao jornal i.
António Valle,
assessor do político, explicou ao jornal Público que o facto de o ministro ter
frequentado “os cursos de Direito e de História” permitiu-lhe a conclusão do
curso em menos tempo. Valle não esclareceu, porém, quantos créditos lhe foram
atribuídos com as equivalências, nem quantas cadeiras Miguel Relvas fez na
Lusófona.
O Público avança
que a única disciplina que o ministro concluiu antes de 2006 foi a cadeira de
Ciência Política e Direito Constitucional do curso de Direito da Universidade
Livre. Concluiu-a em 1985, com 10 valores.
Quando pediu
para ser admitido na Universidade Lusófona, em 2006, já tinha sido eleito
deputado em várias legislaturas e ocupado o cargo de Secretário de Estado da
Administração Local do XV Governo Constitucional, dirigido pelo
ex-primeiro-ministro José Manuel Durão Barroso.
Percurso
Em Setembro de
1985, Relvas pediu transferência para o curso de História, matriculou-se em
sete disciplinas mas não concluiu nenhuma. Em 1995, pediu o reingresso na
Universidade Lusíada -antiga Universidade Livre - para o curso de Relações
Internacionais, mas não chegou a frequentar nenhuma cadeira. Dez anos
depois, em 2006, matriculou-se na Lusófona em Ciência Política e Relações Internacionais,
tendo concluído o curso um ano depois.
Segundo o plano
de estudos disponível no site da universidade, o curso tem 36 disciplinas,
distribuídas por seis semestres, com um total de 180 créditos.
Uma lei publicada em março de 2006, meses antes de o atual ministro ser
admitido naquela instituição de ensino, prevê que as universidades e
politécnicos possam reconhecer “através da atribuição de créditos, a
experiência profissional” de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino
superior pretendam prosseguir estudos (Decreto-Lei 74/2006).
Nuno de Noronha
(Sapo, 3 de Julho de 2012)