segunda-feira, 30 de julho de 2012

AINDA RELVAS


Miguel Esteves Cardoso:

Por várias razões, a licenciatura em Ciência Política de Miguel Relvas não me faz chorar nem rir: é mais como entrar em coma. Os estudos políticos não são uma ciência. Toda a gente sabe isso, incluindo os pobres esperançosos que ainda acreditam que, um dia, possa ser, como a economia, uma "ciência sorumbática”.

Mas o não-Dr. Relvas não tirou curso nenhum. Por muito mau que seja o curso de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Lusófona (UL) se o não-Dr. Relvas o tivesse tirado, não só seria Dr. Relvas, como seria, com certeza, menos ignorante.




O presidente do Conselho de Reitores, António Rendas, garantiu que seria impossível numa universidade pública obter uma licenciatura fazendo apenas algumas cadeiras, numa referência clara ao polémico processo de Miguel Relvas na Lusófona. 

Acho que é uma situação que não se põe nas universidades públicas…. É uma situação que nas universidades públicas de forma nenhuma se pode pôr.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

RIR PARA NÃO CHORAR


QUE TIPO DE RENDIMENTO TENS?

TIPO CEBOLA?
            - MAL O VÊS E O RECEBES E PÕES-TE LOGO A CHORAR.

TIPO DIETA?
- PERMITE-TE COMER CADA VEZ MENOS.

TIPO ATEU?
- CADA VEZ DUVIDAS MAIS DA SUA EXISTÊNCIA.

TIPO MÁGICO?
            - FAZ UNS TRUQUES E LOGO DESAPARECE.

TIPO TEMPESTADE?
        - NUNCA SABES QUANDO VEM NEM QUANTO TEMPO VAI DURAR.

TIPO MENSTRUAÇÃO?
            - VEM UMA VEZ POR MÊS E DURA TRÊS DIAS.

domingo, 22 de julho de 2012

QUE DIABO! ...


Carlos Abreu Amorim, blogger no Blasfémias, 6 de Março de 2009:

«A teima na ‘campanha negra’ visa intimidar quem faz informação. Note-se que essa lengalenga foi usada no Freeport, mas alastrou para os projectos da Guarda, para as nebulosidades da licenciatura e do caso da Cova da Beira. Sempre que alguém fica perplexo com o peculiar percurso de Sócrates, o próprio ou os que escolheram o pouco distinto papel de serem os seus ‘Bobbys’ e ‘Tarecos’ – os ministros Santos Silva e Silva Pereira – surgem a gritar que sinistros ‘poderes ocultos’ conspiram “contra a democracia”. Curiosamente, do lado do PSD, Pacheco Pereira faz coisa semelhante aos que não crêem nas virtudes da liderança de Ferreira Leite. Um dos dramas da fossa em que estamos é que os piores defeitos de quem manda parecem ser os talentos de quem quer mandar.»


Carlos Abreu Amorim, cronista do Correio da Manhã, Junho de 2011:

 "E ninguém senão nós escolheu José Sócrates. Com um currículo pessoal aterrador, sem a mais elementar preparação profissional, académica ou cívica, apto a instrumentalizar qualquer valor ou convicção e a quem apenas se pode reconhecer a obstinação daqueles que são capazes de tudo, mas mesmo de tudo, para manter acesas as luzes fátuas do seu ego."


Carlos Abreu Amorim, deputado do PSD e tareco de Miguel Relvas, 16 de Julho de 2012:

“Miguel Relvas está a ser alvo da mais brutal campanha que eu me lembre que alguém tenha sido sujeito, um ministro, nomeadamente nos tempos democráticos."

quarta-feira, 18 de julho de 2012

HAJA VERGONHA! E, JÁ AGORA, COERÊNCIA ...

"A ESCOLA DA VIDA "


"Era o que se dizia, há muito tempo (ou, se calhar, não tanto como isso), de quem não tinha estudos mas perfazia uma vida cheia de experiência, prática, trabalho, o que equivalia a dificuldades, pobreza, percalços, infortúnios. Depois, já mais perto da atualidade, foi criada uma coisa chamada Novas Oportunidades, que dizia que uma experiência profissional era um curriculum que, até certo ponto e mediante certos limites, merecia equivalência ao ensino básico. Fazia algum sentido, era uma forma de conceder acreditação elementar a quem nunca tinha tido oportunidade de estudar e merecia reconhecimento. Mas para certas pessoas, algumas com um indisfarçável desprezo pelo trabalho suado e honesto, um desdém pela igualdade de oportunidades e uma profunda aversão pela justiça social, tudo isto era facilitismo, um sinal da desbunda de esquerda, um irreversível sintoma do caos cósmico-social. 
Ah! exames da 4ª classe do Salazar é que era, nesse tempo é que havia ensino a sério, professores capazes, alunos atenciosos e aplicados. Esta gente está hoje no poder. E vai daí, bye bye Novas Oportunidades, bem-vindos exames, avaliações, castigos à moda antiga. Acabou a palhaçada e o eduquês, as modernices dos planos individuais de recuperação, dos exames específicos para alunos com necessidades especiais, as avaliações contínuas.
Azar. Hoje soube-se que o ministro-padrão deste governo, aquele que ameaça jornalistas e que sai lampeirinho do caldo, fez a sua licenciatura apenas em um ano, pescou uma única cadeira de frequências anteriores (em Direito... e um 10) e o resto que falta... bom, o resto, como diz a notícia, justifica-se por uma lei de 2006, que "prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer “através da atribuição de créditos, a experiência profissional” de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior pretendam prosseguir estudos".
Um Novas Oportunidades Superiores, ao que vejo. Bem. Se Passos Coelho chamou ao Novas Oportunidades "um escândalo" e "um certificado à ignorância", o que chamaria a isto?

Daniel Oliveira, In Arrastão

sábado, 14 de julho de 2012

RELVAS QUE CRESCEM DEPRESSA ...


Miguel Relvas fez licenciatura num ano

O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares fez num ano uma licenciatura cuja duração é de 3 anos. O seu currículo profissional e a frequência em cursos de História e Direito ter-lhe-ão dado equivalências às restantes disciplinas.
Matriculou-se pela primeira vez na Universidade Lusófona em setembro de 2006 no curso de Ciência Política e Relações Internacionais e em outubro 2007 licenciou-se.
"Tirei o curso de Ciência Política e Relações Internacionais, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, em Lisboa, depois de ter frequentado, na década de 80, os cursos de Direito e de História", informou o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, em entrevista ao jornal i.
António Valle, assessor do político, explicou ao jornal Público que o facto de o ministro ter frequentado “os cursos de Direito e de História” permitiu-lhe a conclusão do curso em menos tempo. Valle não esclareceu, porém, quantos créditos lhe foram atribuídos com as equivalências, nem quantas cadeiras Miguel Relvas fez na Lusófona. 
O Público avança que a única disciplina que o ministro concluiu antes de 2006 foi a cadeira de Ciência Política e Direito Constitucional do curso de Direito da Universidade Livre. Concluiu-a em 1985, com 10 valores.
Quando pediu para ser admitido na Universidade Lusófona, em 2006, já tinha sido eleito deputado em várias legislaturas e ocupado o cargo de Secretário de Estado da Administração Local do XV Governo Constitucional, dirigido pelo ex-primeiro-ministro José Manuel Durão Barroso.
Percurso
Em Setembro de 1985, Relvas pediu transferência para o curso de História, matriculou-se em sete disciplinas mas não concluiu nenhuma. Em 1995, pediu o reingresso na Universidade Lusíada -antiga Universidade Livre - para o curso de Relações Internacionais, mas não chegou a frequentar nenhuma cadeira. Dez anos depois, em 2006, matriculou-se na Lusófona em Ciência Política e Relações Internacionais, tendo concluído o curso um ano depois.
Segundo o plano de estudos disponível no site da universidade, o curso tem 36 disciplinas, distribuídas por seis semestres, com um total de 180 créditos.
Uma lei publicada em março de 2006, meses antes de o atual ministro ser admitido naquela instituição de ensino, prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer “através da atribuição de créditos, a experiência profissional” de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior pretendam prosseguir estudos (Decreto-Lei 74/2006).

Nuno de Noronha (Sapo, 3 de Julho de 2012)

QUEM TORTO NASCE ...


por Daniel Oliveira

O jornal "A Região" contava, em 1997, já lá vão 15 anos, as aventuras e desventuras de um deputado de Santarém. O rapaz tinha um currículo partidário imaculado na sua passagem por concelhias, distritais, jota e outras estruturas partidárias que lhe iriam garantir a equivalência em várias cadeiras na Universidade. Contava o jornal, e já tinha revelado o "Templários", que o rapaz tinha o estranho hábito de viver em várias moradas ao mesmo tempo. Nenhuma batia certo. Vivia em Lisboa, dizia a lista telefónica. E vivia em Tomar, em três moradas diferentes, conforme aquilo a que se candidatasse, dizia ele nos documentos oficiais.
A razão para a confusão de moradas é simples: dando uma das suas várias supostas moradas de Tomar, e não aquela onde realmente vivia, em Lisboa, poderia receber o subsídio de deslocação. A coisa saiu em todo o lado, assim como o seu envolvimento, no final dos anos 80, no escândalo das viagens fantasma. As malandrices de Relvas eram um segredo de polichinelo.
Ninguém no PSD ignorava quem era Miguel Relvas. A sua fama de rapaz talentoso para contornar as regras e as leis em benefício próprio vem de longe. Começou tão cedo - ainda nem 30 anos tinha quando se envolveu no caso das "viagens fantasma" -, que o seu currículo de aldrabices está largamente documentado.
Não, o primeiro-ministro, que anda pelo PSD há muitos anos e conheceu bem a fauna jotinha do seu partido (Passos foi presidente da JSD já Relvas tinha sido seu secretário-geral), sabia muitíssimo bem quem era o seu ministro. Sempre soube. Não o escolheu como seu aliado para ganhar o partido pelas suas capacidades políticas ou intelectuais. Escolheu-o pelo seu talento em mexer-se na lama. E depois meteu-o no governo, com um poder quase absoluto sobre os restantes ministros, sobretudo nas pastas onde possa haver bons negócios.
Ontem, o reitor da Universidade Lusófona demitiu-se. Fez bem. Assumiu as responsabilidades de um processo de tal forma estapafúrdio que estava a transformar a sua universidade numa anedota nacional. É curioso que uma universidade privada se preocupe mais com a sua imagem do que um governo. Ainda mais, um governo que exige aos portugueses tantos sacrifícios.
Por estes dias, Passos Coelho não descobriu nada sobre o carácter de Relvas que não soubesse há muito tempo. Ainda assim, seria de esperar que se preocupasse com as aparências. Restam três justificações possíveis para Passos Coelho não demitir imediatamente tão incómodo ministro: tem medo de o ver à solta, depende dele para manter a fidelidade da mafia do partido ou nada disto o choca porque, na realidade, só aparentemente são diferentes um do outro.
Seja como for, Miguel Relvas é hoje o calcanhar de Aquiles de Passos Coelho. E é bem-feita. Ele sabia bem com quem se estava a meter. Quem chega mais alto às cavalitas de um coxo deve estar preparado para cair com ele. Por mim, acho excelente que Relvas se mantenha no governo. Na sua exuberância, é uma excelente montra da natureza ética de um governo que vive dos negócios e para os negócios.
Publicado no Expresso Online

terça-feira, 10 de julho de 2012

ESTE NOSSO POVO ...


Só os grandes espíritos conseguem definir assim, magistralmente, em poucas palavras e de forma tão definitiva, coisas de tão grande importância e que, apesar de por elas ir passando o tempo, constatamos que, afinal, mudam tão pouco que nos chega a parecer que estão paradas: