quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Para onde vamos?

Nada de hipocrisias. Em todos os tempos houve quem comprasse e quem vendesse prazeres.  Isso pertence à vida privada de cada um e não tenho qualquer interesse em meter-me por esses caminhos.
Mas, o que acontece hoje é que se tornou aparentemente normal e aceitável aquilo que, por muitas razões, deveria parecer bastante estranho e discutível.
Os jornais têm estado cheios de notícias que falam de um jovem que, procurando brilhar no esplendor da sua juventude e beleza física, parecia disposto a tudo. Mas nisso, ele investia o quê? Que dotes e que esforço deveria ter desenvolvido para alcançar a fama que tanto desejava? Afinal trata-se de um jovem universitário, a concluir o seu curso, ao que parece suspenso para "seguir o sonho" de ser modelo, pertencendo a uma família que assumiu com naturalidade a opção por ele feita, sem medir consequências.
Mas o que mais se estranha naquilo que os jornalistas escrevem é a maneira como a sociedade parece aceitar os factos e a violência que descrevem. Pessoas notáveis, entrevistadas, opinam sobre a questão mais como quem lamenta aquilo que aconteceu, do que analisando as causas que podem ter levado a esta tragédia.
Um jovem, vítima dos seus loucos projectos de vida, vê essa mesma vida aniquilada ainda no seu início. E, estranhamente, ninguém parece interessado para apontar o dedo a esta sociedade que elegeu a futilidade como objectivo de vida. Se isto não é um grave sintoma de decadência, digam que mais temos de esperar para acharmos que estamos a caminhar num mau sentido.

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