Não sendo grande a vontade e
sendo escassos os assuntos a merecerem referência, torna-se difícil pôr os
neurónios e os dedos a produzir prosas que tenham algum interesse.
Tenho neste momento à minha
frente o último exemplar da “Revista Campo Maior”.
A chamada de atenção na capa,
despertou-me a curiosidade para a entrevista do Senhor Presidente da Assembleia
Municipal, estatutariamente a figura mais eminente da gestão da autarquia.
Estranhei que, nas suas respostas
tivesse dado relevo à função de aconselhamento do executivo. No meu entender a
Assembleia deve avaliar, fiscalizar e aprovar os projectos e realizações do
executivo. Enfim, podemos de uma maneira muita lata entender isso como
aconselhamento mas parece-me ser essa a função dos conselhos municipais, criados
especificamente para o efeito.
Quanto à participação do público
nas sessões da Assembleia, consta-me que se tem vindo a reduzir desde que a
actual mesa tomou posse e, segundo algumas opiniões, tal não se deverá apenas à
falta de divulgação das sessões mas ao desinteresse causado pela maneira como elas
têm decorrido.
Mudando de assunto, acho
interessante a ideia de uma revista deste tipo pelo carácter informativo sobre
a gestão municipal. Por isso, deve haver uma atenção constante e criteriosa aos
assuntos que nela se incluem a começar na sua actualidade e aos objectivos a
alcançar em termos informativos.
Em termos de “requalificação dos
largos históricos", assunto que justamente foi posto em destaque e com adequado
tratamento, lembro a necessidade de requalificar o largo que, sendo por
excelência a “sala de visitas para receber os visitantes” e o “centro de
convívio dos residentes”, deverá receber cuidados constantes de requalificação.
Fala do jardim da Avenida que deve ser, primeiro que tudo, um autêntico jardim.
Para isso deve ter sombras (estamos no interior de Portugal e do Alentejo) e para
ter sombras, deve ter árvores (de preferência frondosas). Aquela faixa central
do passeio principal parece-me uma total aberração. Com a escassez que temos de
água, repuxos? Com a exiguidade de recursos económicos, uma estrutura que exige
frequentes trabalhos de conservação e manutenção?
Não seria apropriado ter ali mais
árvores que sombreassem?
Já agora, Senhor Presidente da Câmara
Municipal, uma sugestão:
- Não seria de contratar alguém
especializado para aconselhar um adequado tratamento do jardim?
É que, como bem sabe, dinheiro
usado a cuidar do bem público não constitui gasto mas sim investimento.