Costuma-se dizer que "de médicos e de loucos, todos temos um pouco". Pois é! Mas, no que respeita à educação o caso agrava-se pois todos nos consideramos tão altamente informados, tão especializados no assunto, que nem sequer hesitamos: cada opinião é uma sentença. Se calhar, isto deve-se ao facto de haver tanta ignorância, mesmo entre os que são profissionais da educação. A minha passagem por lá foi curta. Mas o suficiente para ver o que por lá se passava.
Na verdade, se nos pomos a pensar, chegamos à conclusão que nesta tristeza em que vivemos, a educação tem sido o factor muito importante, sendo uma das mais fortes razões para o nosso tremendo atraso.
Vamos fazer um pequeno esforço para nos entendermos:
- São capazes de me explicar porque razão foram os países mais desenvolvidos os que há mais tempo eliminaram reprovação em massa dos alunos?
- E porque é nos países mais atrasados que se mantêm mais os exames e outras provas de selecção que ditam a reprovação e é nesses países que são mais elevados os níveis de reprovação?
- Terá isto a ver com o partir-se da ideia de que o que é bom é ensinar a todos da mesma maneira e exigir a todos que aprendam ido mesmo modo, como se todos fossem igualmente inteligentes e tivessem iguais condições de aprendizagem?
- Que justiça há em condenar alguns jovens à frustração por não atingirem as metas que à partida já sabíamos que não tinham nem capacidade, nem condições nem competência para as atingir?
- Que diriam vocês se exigíssemos a uma pobre criança debilitada, sem qualquer preparação ou treino, que corresse contra outras que tinham sido cuidadas, treinadas e preparadas em muito melhores condições? Pois isto é o que acontece no dia-a-dia das nossas escolas. Por isso muitas estão condenadas ao insucesso. Por isso, em vez de discutirmos as condições de êxito, devíamos preocuparmo-nos com as condições que lhes propomos para que possam obter o sucesso.
Por outro lado:
- Pode uma pequena povoação e uma pequena escola em que um só professor tem de leccionar, em simultâneo, várias níveis, propiciarem as mesmas oportunidades de desenvolvimento que as crianças teriam se incluídas em turmas maiores, em escolas com mais e melhores recursos e numa comunidade capaz de propiciar mais e melhores condições?
Estas questões são apenas uma ínfima parte dos aspectos a apreciar para formularmos opinião sobre os problemas das escolas, da aprendizagem, do desenvolvimento dos jovens, da sua educação e da sua formação.
Aos que estão mais confusos sobre estas questões, aconselho que façam o que eu, que não sou um especialista, tenho feito: informem-se, leiam com atenção o que outros, mais entendidos, vão escrevendo, para poderem depois dar a vossa opinião.
Aos que estão mais confusos sobre estas questões, aconselho que façam o que eu, que não sou um especialista, tenho feito: informem-se, leiam com atenção o que outros, mais entendidos, vão escrevendo, para poderem depois dar a vossa opinião.
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