Há umas décadas atrás, andávamos todos, ou quase todos, mais ou menos convencidos de que os problemas de Portugal se resolveriam logo que entrássemos na União Europeia. E, conseguido esse objectivo, pareceu-nos que tínhamos razão. Os fundos comunitários entraram a rodo, embasbacando uns e suscitando noutros uma avidez desenfreada. Parecia que tal maná não teria limites. Ouvia-se a altos responsáveis dizer que era preciso gastar, pois os fundos que nos iam chegando deviam ser utilizados para pôr a economia em movimento. Ilusão simplória de quem não sabia distinguir que o dinheiro gasto em consumo, não é capital investido. Logo, não se reproduz, porque não é investido em sectores produtivos.
Passe a rudeza da comparação porque, de certo modo, os ditos fundos foram o isco que nos levou no engodo em que nos fomos prendendo. Tanto assim é que os nossos problemas não só não foram resolvidos, como parecem ter-se agravado. E é cada vez mais difícil manter a esperança de que a Europa seja a solução.
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