terça-feira, 12 de junho de 2012

DA EDUCAÇÃO


Chegou há dias nos jornais a notícia de que o Ministério da Educação e Ciência tinha feito publicar, no dia 5 do presente mês, no Diário da República o despacho para a “organização do novo ano escolar” e que ia, no dia seguinte, fazer chegar à Assembleia da República o novo Estatuto do Aluno e Ética Escolar.

Não conhecendo ainda, em pormenor os seus conteúdos, agrada-me que estejam a ser tratados, quase em simultâneo, dois assuntos tão intimamente ligados que poderíamos dizer que se trata das duas faces duma mesma moeda a que poderíamos chamar “educação”, a qual, teria uma face a que chamaríamos “aprendizagem” e a outra “disciplina”.
De facto quase todos nós sabemos que, onde uma falta, a outra não progride. Todos nós sabemos que, nas escolas, as duas estão tão ligadas como a face e a palma da mão. Faz bem o governo em partir do princípio de que não poderá remediar uma se não cuidar das “maleitas” de que sofre a outra.
Numa escola onde a qualidade das aprendizagens é fraca, rapidamente se instalam os comportamentos desregrados que impedem o desenvolvimento normal da acção educativa. Numa escola dominada pela indisciplina, nem os esforços dos mais dedicados conseguem impor um ensino de qualidade.
E, como em “casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, aí temos os professores a atribuir o insucesso, aos comportamentos dos alunos e das famílias que os não educam e as famílias a acusar os professores porque não cumprem as sua obrigações.

Estamos assim perante uma situação que parece dilemática, mas que, se calhar não o é. Ou não deveria ser porque, de facto, acontece por culpa de todos os que nela estão implicados e que não se empenham o suficiente para a resolver.  

Este é um daqueles problemas que não se podem consentir porque todos sofrem as consequências que ele origina:
 - Para os professores o mau funcionamento das escolas torna difícil, por vezes insuportável, o desempenho das suas obrigações;
- Para as famílias, se podem e se nisso se empenham, têm de investir muito para dar aos filhos aquilo que a escola lhes está a negar, gastando tempo e dinheiro em apoios para que não caiam no insucesso total. Se não dispõe de meios estão condenadas a verem os seus filhos irem enfrentar a vida sem terem a necessária preparação.
 - Para a sociedade em geral, é o descalabro porque as escolas que não funcionam bem são as que mais acabam por custar, porque não preparam devidamente as novas gerações, provocando graves problemas de segurança social.

Assim sendo, cabe aos Estados e aos que governam que dediquem uma particular atenção aos problemas da educação.




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