Em tempos normais, o Governo
governa e o Banco de Portugal toma conta da regulação bancária, da política monetária,
junto dos seus parceiros do euro, e vigia as contas e o cumprimento das
metas do Governo. Agora, o Banco de Portugal é um parceiro da governação e isso
já é considerado normal, ao ponto de aparecer sem surpresa na procura de uma
solução para um problema eminentemente político. E devemos estar
preocupados com a solução "técnica" que aí vem.
E o PS, faria algo de diferente? Isto é, sabemos que o seu discurso é diferente, assim como os objectivos anunciados, mas se o enquadramento de governo não mudar, é grande a probabilidade de se voltar ao mesmo.
Paira um grande equívoco no ar, segundo o qual as Finanças precisam de um técnico à frente. Todavia, sabemos que isso não é verdade na maior parte da Europa. É preciso pensar nas vantagens de entregar o Ministério das Finanças a um político, bem acompanhado dos bons técnicos que por lá há. E pensar também nas vantagens de o Banco de Portugal se concentrar numa das suas funções fundamentais, de vigilância ao Governo. Ao devolver a governação financeira à política, talvez sejam menores os riscos de se tomarem medidas com custos eonómicos gigantescos e nenhum retorno.
Pedro Lains, 23 Set. 2012
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