Os agentes de propaganda deste
governo tentam iludirmos com um discurso que pretende convencer-nos de que estamos
a caminho de conseguir tornar o Estado sustentável. Ora, se analisadas as suas
políticas e os resultados atingidos, chegamos à conclusão de que o caminho
seguido, nos conduz a termos cada vez mais de sustentar um Estado que tem como
objectivo fundamental, servir os interesses de determinados escalões desta sociedade,
em que as desigualdades são cada vez mais acentuadas.
Objectivamente o que conseguimos
apurar é que, por mais que nos apregoem que a situação está a melhorar, a
verdade é que as causas estruturais que nos mantêm sufocados nesta terrível
crise, subsistem e que, cada vez mais, são sempre os mesmos a terem de suportar
os encargos de desmandos que serviram para favorecer os que menos precisam.
Conseguem-se índices positivos mais
à custa de manipulações contabilísticas e estatísticas do que de mudanças na
economia real. Reduz-se a taxa de desemprego exportando capital humano através
da emigração, em vez de se terem criado condições para que ele fosse o agente motor
de uma produção interna que favorecesse de forma significativa as exportações e
o consumo interno.
Iludem- nos apresentando como
sendo resultado da austeridade a redução do défice quando, na verdade, isso se
conseguiu através do recurso a acções de carácter eventual como o perdão fiscal que ofende os contribuintes que pagaram a tempo e horas - favorecendo os que mais fogem aos seus deveres para com o Estado -,
e do recurso a mais medidas que recaem sobre a martirizada classe média através
do aumento de taxas fiscais como os cortes das pensões, a redução dos apoios sociais
na educação e na saúde e os cortes nos salários na função pública. Seja por incompetência ou por consciente e deliberada opção política, talvez mesmo pelas duas razões acumuladas, este governo sacrifica sempre os mais fracos, poupando e favorecendo os mais fortes que engordam à custa da ruína do povo e do Estado.
É isto um Estado sustentável? Ou afinal
não passa do Estado que mais convém a determinado tipo de gente?
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