terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

QUEM QUISER ENTENDER QUE ENTENDA



Os agentes de propaganda deste governo tentam iludirmos com um discurso que pretende convencer-nos de que estamos a caminho de conseguir tornar o Estado sustentável. Ora, se analisadas as suas políticas e os resultados atingidos, chegamos à conclusão de que o caminho seguido, nos conduz a termos cada vez mais de sustentar um Estado que tem como objectivo fundamental, servir os interesses de determinados escalões desta sociedade, em que as desigualdades são cada vez mais acentuadas.

Objectivamente o que conseguimos apurar é que, por mais que nos apregoem que a situação está a melhorar, a verdade é que as causas estruturais que nos mantêm sufocados nesta terrível crise, subsistem e que, cada vez mais, são sempre os mesmos a terem de suportar os encargos de desmandos que serviram para favorecer os que menos precisam.

Conseguem-se índices positivos mais à custa de manipulações contabilísticas e estatísticas do que de mudanças na economia real. Reduz-se a taxa de desemprego exportando capital humano através da emigração, em vez de se terem criado condições para que ele fosse o agente motor de uma produção interna que favorecesse de forma significativa as exportações e o consumo interno.

Iludem- nos apresentando como sendo resultado da austeridade a redução do défice quando, na verdade, isso se conseguiu através do recurso a acções de carácter eventual como o perdão fiscal que ofende os contribuintes que pagaram a tempo e horas - favorecendo os  que mais fogem aos seus deveres para com o Estado -, e do recurso a mais medidas que recaem sobre a martirizada classe média através do aumento de taxas fiscais como os cortes das pensões, a redução dos apoios sociais na educação e na saúde e os cortes nos salários na função pública. Seja por incompetência ou por consciente e deliberada opção política, talvez mesmo pelas duas razões acumuladas, este governo sacrifica sempre os mais fracos, poupando e favorecendo os mais fortes  que engordam à custa da ruína do povo e do Estado.

É isto um Estado sustentável? Ou afinal não passa do Estado que mais convém a determinado tipo de gente?

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