As comemorações
este ano são aqui ao lado: na cidade de Elvas. Vi pela TV. Nunca tenho
paciência para participar nestas manifestações.
Falou-se na
importância de Elvas para a restauração da autonomia de Portugal declarada em
1640. Mas a data da restauração (1 de Dezembro), já não é feriado, portanto, não
é comemorada. Tal como o 5 de Outubro. Aqui estão duas irrefutáveis provas do
demagogismo destes alucinados que se constituíram como senhores do poder
político.
A comemoração derradeira
do 5 de Outubro ficou assinalada por um gesto simbólico: a bandeira de Portugal
foi hasteada de cabeça para baixo. Tal como a República que se comemorava. Erro
acidental ou descuido intencional, foi uma maneira muito significativa de
assinalar a data.
Pena que aqui,
em Elvas, não tenham tentado repetir o simbolismo. Para aqui bastava que
tivessem hasteado uma bandeira muito pequena e muito esfarrapada. Assim ficava
simbolicamente referida a real situação em que Portugal e as suas comunidades
se encontram. Camões também não se teria importado porque o pauperismo seria
uma boa representação da importância que os poderes do seu tempo deram à obra
que deixava.
As cerimónias decorreram com a solenidade que
se esperava. Mas, verdade seja, que os discursos me surpreenderam pela
qualidade da sua construção e pela intencionalidade do seu conteúdo. Querer-me
parecer que o desvario destes jovens pedantes que nos desgovernam já foi tão
longe que, mesmo os que inicialmente os apoiaram, estão assustados com as consequências
dos actos que eles praticaram. Nas palavras proferidas, esteve presente de
forma muito acentuada um sério aviso de qua há uma situação de Pátria em perigo.
Mais vale acordar a
tempo do que dormir enquanto a casa arde completamente. Chegou-se mesmo a falar
de urgência em lutar pela defesa da autonomia nacional.
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