segunda-feira, 6 de maio de 2013

RETRATO ESCRITO

É a criatura que há, o Presidente que se arranja, irremissível e sombrio. Medíocre, ressentido, mau-carácter incapaz de compreender a natureza e a magnitude histórica da revolução. 
(...) a defesa da direita mais estratificada está-lhe no sangue e na alma, além de manter, redondo e inamovível, um verdete avassalador pela cultura. 
O homem confunde Thomas Mann com Thomas More; ignora que "Os Lusíadas" são compostos por dez cantos; omite o nome de José Saramago, por torpe vingança, na recente viagem à Colômbia, enquanto o Presidente deste país nomeou o nobel português com satisfação e realce; não se lhe conhece o mais módico interesse pela leitura; e, quando primeiro-ministro, recusou à viúva de Salgueiro Maia uma pensão que, jubiloso e feliz, atribuiu a antigos torcionários da PIDE. Conhece-se (...) a inventona das escutas em Belém; (...) a confusa alcavala com o BPN, com a qual auferiu uns milhares de euros; (...) contrariou uma tradição, por ódio e rancor,  e não condecorou José Sócrates quando este saíu de primeiro-ministro. É uma criatura sem amigos; dispõe, apenas, de instantes de amizade interesseira, Nada mais. 
(...) Parece julgar-se a rainha da Inglaterra, considerando o papel superior que a si mesmo se atribui.(...)

[Frases extraídas  de um texto de Baptista-Bastos, publicado no Diário de Notícias de 1 de Maio de 2013, página 9]

Pois é! Mas foi este o homem que o povo escolheu para ser Presidente de todos os portugueses. 
A democracia tem destas coisas ... Mas também tem as suas virtudes: Também permite que possamos escrever, ler e dizer estas coisas sem sermos levados de nossas casas, por esbirros que nos batam à porta altas horas da madrugada, como acontecia em tempos de ditadura.        

Sem comentários:

Enviar um comentário