Não existe coisa
alguma que seja legítima só para alguns
E ilegítima, portanto,
para os outros.
A Lei estende-se
igualmente por toda a parte e para todos
Como o ar que governa
em todos os lugares
E a infinita luz dos
Céus.
Empédocles, filósofo grego que
viveu em Agrigento, entre 483 a. C. e 423 a. C., escreveu estes versos.
A sua concepção do Universo
baseava-se na combinação de quatro elementos essenciais: Terra; Água; Ar; Fogo.
Sobre estes elementos actuavam
dois princípios motores: o amor que
os agrega e harmoniza; o ódio que os
desagrega e os põe em conflito provocando a desordem.
A sua concepção está muito
marcada pelo pensamento originário, muito antigo, do tempo em que viveu, há mais de 2.500
anos. Mas, há na filosofia verdades que são eternas devido ao modo como radicam
no conhecimento profundo da natureza humana.
Ora, se é verdade que o homem
consegue fazer mudar a natureza das coisas a uma velocidade por vezes vertiginosa,
tem uma grande dificuldade em mudar a sua própria natureza. Por vezes, temos a impressão de que, à nossa volta, tudo está constantemente em mudança, menos a nossa alma.
Repare-se como, hoje, século XXI,
em que tanto conhecemos acerca do Universo em que estamos inscritos, existem
ainda tantos homens que persistem em desconhecer a verdadeira natureza da Lei. Ou
seja, no que respeita à concepção da Lei, ainda há hoje quem tenha dela um
conceito muito imperfeito se comparado com o conceito que Empédocles expressou
nos belos versos transcritos no começo deste texto.
E, o pior de tudo: alguns desses
homens arvoram-se em decisores e julgadores dos direitos dos outros homens.
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