quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

PORQUE SERÁ?

Sobre o previsível aumento da carga horária dos professores



É muito provável que, no final do ano letivo de 2012/2013, se assista a um ligeiro aumento da carga horária dos professores. De todos os professores, incluindo os docentes do ensino superior. Esse aumento vem em linha com o aumento da carga horária semanal dos trabalhadores do setor privado. Os nossos credores exigem um alinhamento dos estatutos do trabalhadores públicos com os estatutos dos trabalhadores do setor privado.


Esse alinhamento é um questão de justiça e igualdade de tratamento. Não pode haver portugueses de primeira, os que são funcionários públicos e trabalhadores de empresas públicas, e os outros. Os direitos, deveres e remunerações devem estar alinhados.



É provável que esse aumento se traduza em mais 1 ou 2 horas letivas semanais, tanto para os professores do básico e secundário como para os professores do ensino superior.

Esse alinhamento pode criar desemprego entre os professores? Não creio que crie desemprego entre os docentes dos quadros. Vai, com certeza, reduzir a contratação de novos docentes durante alguns anos. O aumento da carga horária letiva dos professores será compensada pelas saídas por aposentação antecipada.

Com a taxa de fecundidade em Portugal nos 1,3 é de esperar uma redução futura das necessidades docentes. Essa redução é estrutural e não apenas conjuntural. É um fenómeno que veio para ficar. Lança um desafio às universidades e institutos politécnicos: têm de reconverter os cursos de formação inicial de professores em cursos de formação de profissionais vocacionados para apoiar a população sénior. Isso já está em marcha em muitas escolas superiores de educação. Têm revelado uma grande capacidade para se reinventarem.
Publicado em Profblog, em 11 de Dezembro de 2012 

Uma dúvida me assalta o espírito:
- Porque andam os professores tão conformados? Não deixa de ser estranho que os professores que puseram tudo em polvorosa por causa de novas regras de avaliação, a ponto de levarem à substituição de uma ministra, aceitem agora um injustificável aumento de horário, tanto mais que os horários dos professores portugueses já são mais extensos que a média dos horários dos docentes na União Europeia.
E porque razão o líder da Frenprof, esse tão decidido combatente que, em passado recente, mostrou coragem e sanha para quebrar lanças em defesa de sua dama, anda agora tão manso e acomodado perante ataques tão desenfreados?
Se enumerarmos as principais decisões do actual ministro da Educação - extinção de áreas curriculares e dos pares de docentes em Educação Visual e Tecnológica, o aumento do número de alunos por turma, a redução salarial e o anunciado aumento da carga horária - tudo isto isto parece ser muito maior ameaça e não se vê qualquer iniciativa de contestação. 

- Se calhar, fui eu que não entendi ...


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