“Os movimentos de trabalhadores precários solicitaram hoje uma reunião urgente com o ministro da Solidariedade e da Segurança Social, pedindo a “reavaliação” do processo de recuperação de dívidas à Segurança Social que “afecta de forma dramática milhares de falsos recibos verdes”.
“A carta com o pedido de reunião urgente - assinada pelos movimentos “Precários Inflexíveis”, ”FERVE – Fartos/as d’Estes Recibos Verdes” e “Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual” – foi hoje enviada ao ministro, Pedro Mota Soares.
O documento refere que está decorrer “neste momento uma massiva operação de recuperação de dívidas à Segurança Social, com notificação dos devedores e aplicação de métodos coercivos de cobrança” e que “os movimentos de trabalhadores precários não podem deixar de demonstrar a sua indignação e preocupação com a forma como este objectivo está a ser desenvolvido”. Segundo a mesma carta, “é inegável que a esmagadora maioria dos trabalhadores considerados independentes são, na realidade, trabalhadores a quem vem sendo negado há décadas o devido contrato de trabalho”, acrescentando que “as situações de falsos recibos verdes correspondem a um grave prejuízo para os trabalhadores”.
(@LUSA, 13 de Julho de 2011)
Muitos dos que agora se sentem feridos na sua condição de trabalhadores, não terão ainda entendido que a precariedade no trabalho se foi instalando porque, desde há muito tempo, muitos de nós, aceitaram voluntariamente um outro tipo de precariedade que criou as condições para que esta se instalasse: A precariedade da cidadania. Os que comodamente se foram desligando dos seus deveres enquanto cidadãos, pois a política era algo que não lhes dizia respeito, abriram o campo para que, nos cargos políticos se instalassem os que agora legitimaram a precariedade no trabalho. Sempre que muitos se omitem de escolher, alguns outros aproveitam para escolher os que melhor servem os seus próprios objectivos e interesses. E não vale dizer que são todos iguais. Porque a verdade é que o desinteresse de muitos é que vai abrindo caminho àqueles que pior dano nos podem causar. Deste modo, eles ocupam lugares onde podem determinar as nossas condições de vida criando leis que vão limitando os nossos direitos.
Sem comentários:
Enviar um comentário