A maneira como os bancos ganham dinheiro é tão simples que é repugnante
(John K. Galbraith)
Inicialmente, o dinheiro que se investia na compra de equipamentos - terrenos, instalações, matérias-primas, instrumentos, máquinas e força de trabalho - destinava-se a acelerar, melhorar e aumentar a produção de mercadorias e, assim se obter uma progressiva acumulação de capital.
Agora, estamos numa situação em que o dinheiro deixou de ser um recurso da economia para se tornar, ele próprio, na mais importante das mercadorias. O sistema financeiro sobrepôs-se ao sistema económico.
Ao mais alto nível, o dinheiro é investido em actividades especulativas e o sector produtivo passou para plano secundário. Não se investindo na produção de bens, nem na força de trabalho dos produtores, a riqueza em vez de circular e de se distribuir, concentra-se na posse de uma minoria, arrastando as maiorias para uma situação de generalizada pobreza.
Chegámos a uma situação em que quem determina as grandes questões já não os políticos, mas os que controlam as operações financeiras fazendo circular, de uma forma cada vez mais virtual, grandes quantidades de dinheiro a troco de juros elevadíssimos e dos quais, apenas uma pequena parte será investida no sector produtivo.
O alto jogo financeiro controla e esmaga a actividade económica, determina a qualidade de vida das populações e a vida política dos Estados.
Daí poderá resultar que chegaremos a uma tal situação em que já não bastará fazer reformas porque, provavelmente, para realizar a inevitável mudança, terá de se proceder a uma radical revolução.
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