Robert Fishman é um sociólogo e polítólogo norte-americano, que lecciona na Universidade de Notre Dame e que, desde os anos 70, se tem dedicado a estudar a evolução na Península Ibérica, tendo-se especializado como analista dos problemas portugueses. Numa entrevista publicada pela revista "Visão" em 17 de Maio passado, disse falando de Portugal respondeu o seguinte à pergunta:
Como avalia os actuais níveis de desemprego?
Ter tantos desempregados é uma tragédia humana, com consequências que perdurarão no tempo. E é um beco sem saída. Um desemprego muito elevado limita a economia e pode levar a sérios problemas no sector bancário e financeiro. (...)
O outro problema é político e social. As pessoas reagem ás dificuldades económicas de diferentes maneiras, consoante o contexto. Claramente, as pessoas estão descontentes e existe a possibilidade de uma reacção política forte ... mas também podem surgir de outras formas ...
O esclarecido analista não explicitou mas, uma dessas formas pode ser a dos comportamentos marginais que colocam em risco a segurança de pessoas e bens, uma vez que a extrema necessidade atira alguns para actos desesperados de violência que provocam a instabilidade das comunidades. Por seu lado, a instabilidade pode afectar o funcionamento normal da democracia e, sobre isto, declarou também que na Zona Euro, governos estão a ser impostos aos países por razões tecnocráticas, para cumprirem metas políticas que não foram escolhidas pelos eleitores mas pela Comissão Europeia. Os países europeus ainda são democracias, mas são democracias com poder diminuído. O número de assuntos sobre os quais os eleitos têm espaço para tomar decisões está a diminuir.
Mais adiante referiu que um país é mais democrático se o seu governo ouve não apenas os bancos e as grandes empresas mas também as pessoas que se manifestam.
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