AUSTERIDADE OU EUROSSADISMO?
O nervosismo dos mercados reflecte o medo que a turbulência dos cinco últimos anos possa atingir um pico ao longo dos próximos meses, com a batalha pela sobrevivência do euro.
Durante dois anos a Europa esteve sujeita a um regime de austeridade implacável. A crise começou no sector privado mas o seu impacto sobre o consumo, o investimento e o comércio foi tão grande que os governos viram as finanças públicas entrar fortemente no vermelho. Foram feitos cortes nas despesas, as pensões passaram a ser menos generosas e os impostos aumentaram.
Esta política tem sido uma catástrofe económica. O crescimento caiu a pique, o desemprego subiu vertiginosamente e, como seria de esperar, o défices orçamentais têm sido muito superiores ao previsto. Os resultados das eleições em França e na Grécia mostram que tal política tem sido igualmente um desastre nas urnas: os eleitores rejeitaram resolutamente o eurossadismo e deixaram claro que querem que os políticos sigam em rumo diferente. A democracia levou a melhor sobre a austeridade.
(The Guardian, Londres)
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