Merkel, nada diz, ou diz muito pouco e o que diz é irrelevante e
destituído de qualquer desígnio político, muito menos de desígnio político para
a Europa (…)
Quando não se têm convicções ou ideias, o experimentalismo e a
casuística superam as deficiências.
Isto escreveu Clara Ferreira Alves
na página 4 da Revista do Expresso de 22 de Dezembro.
A mesma crítica aplicada ao grupo
dos “bons” discípulos que a senhora parece ter por cá e que, por estes dias,
vão desgovernando Portugal, pecaria por excesso. Porque, quando mais reflectimos
sobre o que dizem e sobre o seu modo de agir e de decidir, mais se confirma a
angustiosa convicção de que estamos entregues a um grupo de rapazolas
ignorantes, mal preparados e, principalmente, completamente desligados do que
são os problemas e a realidade da nossa sociedade.
Como se pode entender uma
indiferença tão grande perante o sofrimento que, as desmedidas exigências que
estão a impor, estão a provocar neste povo?
Como se pode persistir nesta
louca cavalgada que arrasta para o abismo toda a nação?
Como se podem destruir, sem
mostras de remorso ou arrependimento, estruturas do Estado que são consideradas
fundamentais para a subsistência da nossa sociedade?
Por mais exagerado que tal juízo
possa parecer, afirmo sem hesitação que mais parece que estes “desgovernantes” entendem
a política como qualquer rapazola entende um jogo de computador: Tudo se passa
como se a realidade política fosse um cenário virtual em que não existissem
pessoas reais, mas apenas figurações que não sofrem, nem sentem os efeitos
desastrosos das decisões dos jogadores. Que importam os erros? Volta-se a
tentar, a ver se se consegue acertar. Afinal as vidas perdidas são apenas
virtuais e haverá sempre a possibilidade de repetir uma jogada, tentando somar
pontos. Portanto, para quê pensar nas pessoas? Elas que cuidem de se adaptar.
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