quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

QUE TEMPOS ESTES ...



Merkel, nada diz, ou diz muito pouco e o que diz é irrelevante e destituído de qualquer desígnio político, muito menos de desígnio político para a Europa (…)
Quando não se têm convicções ou ideias, o experimentalismo e a casuística superam as deficiências.

Isto escreveu Clara Ferreira Alves na página 4 da Revista do Expresso de 22 de Dezembro.


A mesma crítica aplicada ao grupo dos “bons” discípulos que a senhora parece ter por cá e que, por estes dias, vão desgovernando Portugal, pecaria por excesso. Porque, quando mais reflectimos sobre o que dizem e sobre o seu modo de agir e de decidir, mais se confirma a angustiosa convicção de que estamos entregues a um grupo de rapazolas ignorantes, mal preparados e, principalmente, completamente desligados do que são os problemas e a realidade da nossa sociedade.
Como se pode entender uma indiferença tão grande perante o sofrimento que, as desmedidas exigências que estão a impor, estão a provocar neste povo?
Como se pode persistir nesta louca cavalgada que arrasta para o abismo toda a nação?
Como se podem destruir, sem mostras de remorso ou arrependimento, estruturas do Estado que são consideradas fundamentais para a subsistência da nossa sociedade?
Por mais exagerado que tal juízo possa parecer, afirmo sem hesitação que mais parece que estes “desgovernantes” entendem a política como qualquer rapazola entende um jogo de computador: Tudo se passa como se a realidade política fosse um cenário virtual em que não existissem pessoas reais, mas apenas figurações que não sofrem, nem sentem os efeitos desastrosos das decisões dos jogadores. Que importam os erros? Volta-se a tentar, a ver se se consegue acertar. Afinal as vidas perdidas são apenas virtuais e haverá sempre a possibilidade de repetir uma jogada, tentando somar pontos. Portanto, para quê pensar nas pessoas? Elas que cuidem de se adaptar.

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