Nos últimos dias, revoadas de crianças acompanhadas pelos seus professores e empregadas das escolas, têm andado pelas ruas, praças e jardins da vila, visitando vários pontos de interesse e instituições. Em princípio, parece-me bem que a escola saia para a rua e ofereça às crianças a possibilidade de aprenderem de outra maneira coisas sobre a vida local. Afinal, longe vai o tempo em que se pensava que as crianças só aprendiam fechadas, caladas e em sossego, dentro das quatro paredes das salas de aula. Lembro-me de ter lido uma história que parece bem real, da professora que, estando a dar a lição do dia e tendo começado a nevar, começou a ralhar com as crianças porque elas olhavam pela janela em vez de ter saído para a rua, dando-lhes a possibilidade de ver o que nunca tinham visto.
Está tudo muito certo, desde que sejam claramente definidas as intenções que levem as crianças a aprender. Mas, como em todas as coisas, é preciso não cair no abuso que transforma o remédio em veneno. Cuidado, porque, se se pode aprender na rua, é na escola que deve se deve aprender. Uma coisa é trazer a escola à rua, outra coisa é a rua tomar o lugar da escola.
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