Tenho para mim que a tão propalada crise não só não está em vias de acabar, como existem sintomas de que ainda não tenha atingido o seu ponto máximo de gravidade. Tenho consciência de que não possuo competência nem domino conhecimentos que me permitam emitir uma opinião deste tipo. Limito-me apenas a tentar manter-me informado. Dessa informação que vou recolhendo, retiro a convicção de que precisamos de usar de toda a prudência para não sermos surpreendidos pelos tempos que se aproximam. Na verdade, muitos dos que estão bem informados, há muito vêm anunciando que 2011 será ainda pior do que o ano que agora está a acabar.
Se isto deve ser tomado em consideração quando planeamos a nossa vida familiar, deve ainda merecer maior atenção daqueles que assumiram a responsabilidade de conduzirem a vida de todos nós. Não se deve nunca governar com leviandade. Mas, tomar decisões pouco sensatas na situação que estamos a atravessar, deixa de ser leviano para se tornar irresponsável, senão mesmo criminoso.
Quando os recursos são escassos, convém ter o máximo cuidado no modo como são distribuídos e aplicados esses recursos. Perante isto, não deixa de parecer insólito que, ao nível autárquico, ainda estejamos a assistir a gastos e investimentos de discutível oportunidade. Tenho uma certa dificuldade em compreender que se tenha feito, neste momento em que esta Câmara está esmagada por uma herança catastrófica a nível financeiro, se gastem milhares de euros a adquirir equipamentos que, na minha discutível opinião, não correspondem a necessidades essenciais desta comunidade.
Escusam de vir com o argumento da oportunidade, porque o que estou a tentar opinar é que não considero oportuno que sejam tomadas agora tais decisões.
Vivemos um tempo em que toda a virtude deve estar no lado da contenção de despesas e na diminuição de dívidas, porque se as despesas esgotam os recursos, as dívidas provocam encargos que só vêm complicar ainda mais a escassez dos recursos.
Voltando ao tema já aqui tratado, insisto de novo na necessidade de bom senso. Porque se ele é necessário para cada um de nós, mais necessário é ainda para aqueles que encarregámos de cuidar do interesse de todos.
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