Confesso a minha tendência para votar em partidos de esquerda. Desde que esses partidos me garantam a defesa daquilo que, para mim, deve ser a essência do Estado: a Democracia.
Mas, sou capaz de entender que não fará muito sentido, apoiar partidos que, apresentando-se como de esquerda, usam e abusam de políticas de carácter nitidamente neoliberal. Sendo assim, entendo que mais vale que essas políticas sejam executadas por partidos que se assumem doutrinariamente como tal. É mais coerente e mais honesto que assim aconteça.
Por outro lado, sou também capaz de entender que o “Estado Social”, para mim o modelo ideal de organização política, não pode significar que cada um entenda que pode tudo exigir sem se sentir obrigado a contribuir para a manutenção do mesmo Estado.
Por isso, para que uma política verdadeiramente social seja sustentável, o Estado deve ser forte, exigente, vigilante do cumprimento da lei, da ordem e de que cada um cumpra escrupulosamente as suas obrigações fiscais.
O “Estado Social” só subsiste se apoiado numa base económica estável. Por isso, deve ser rigoroso para que haja equidade e justiça na distribuição das benesses e dos sacrifícios. Essa é a condição básica da justiça social. O mau entendimento disto leva, por um lado, ao “parasitarismo” de uns, à prática da corrupção por outros, a qual favorece a especulação que propicia o escandaloso enriquecimento de uma minoria.
Penso que se todos analisarmos as práticas políticas à luz destes critérios, se tornará mais eficaz a vigilância que, enquanto cidadãos, devemos exercer num Estado Democrático.
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