O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) convocou uma greve de dez dias em protesto contra a diminuição de um tripulante de cabina. (Note-se que a TAP é das companhias aéreas que mais comissários e assistentes de bordo utiliza em cada voo). Invocavam os sindicalistas a segurança dos passageiros que, no seu entender, seria posta em causa.
A situação da companhia é tão pouco segura que, outros trabalhadores e mesmo a opinião pública, reagiram prontamente contra esta decisão que colocava em risco o futuro da companhia e, portanto, os seus postos de trabalho.
O SNPVAC recuou mas não sem exigir um substancial aumento de regalias que nada têm a ver com as questões que envolvem a segurança dos passageiros da TAP.
A isto chegámos: sindicatos que exigem coisas que põe em risco outros sectores laborais (a isto chamaremos solidariedade?); invocam como razões a segurança dos clientes, mas contentaram-se com vantagens pessoais (a isto chamaremos coerência?); sindicatos, servindo-se do direito à greve, reivindicam uma coisa para no fim obterem outra (a isto chamaremos chantagem?)
O abuso de direitos, quase sempre obtidos com muito esforço e muita luta, é a maneira mais rápida para enfraquecer as razões que legitimam esses direitos.
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