Os jornais, melhor dizendo, certos jornais, voltam a insistir lançando novas suspeitas sobre a licitude dos comportamentos de familiares de Sócrates.
Mas, esta gente julga-nos estúpidos ou quê? Ou será que estão tão desesperados que lançam mão de tudo sem qualquer critério? Trata-se de lançar uma cortina de fumo para esconder que têm a sua própria casa a pegar fogo?
Vamos lá ver se nos entendemos: que raio tem o cidadão José Sócrates a ver com o que fazem os seus primos, tios ou outros parentes? Pode ele impedi-los de fazer o que lhes dá na gana?
Já agora mais uma questão: de todas as “bocas” que contra ele foram lançadas, quantas foram efectivamente comprovadas?
Na verdade, o que está a acontecer é que muitos dos que entraram pelo caminho da calúnia, uns por inocente tolice, outros por mal estudado oportunismo, estão a chegar à conclusão de que se, antes, mal estavam de relha, pior estão agora de arado.
Alguns ficaram tão entalados que perderam de repente a bizarria com que atacavam tudo e todos a propósito fosse do que fosse. Repare-se no caso do sindicalista Nogueira, o paladino dos professores mártires privilegiados da ferocidade do anterior governo, agora de “orelha tão murcha”.
E que estarão os professores que gastaram tanto tempo e tanta saliva nos seus protestos e contestações e que agora estão, uns no desemprego e outros a deitar contas à vida por não terem mais segura a sua situação?
Isto para não falar em certos partidos que acusavam o anterior governo de ter uma política neoliberal e que, contas feitas, tanto se desgastaram para obter como único retorno o terem facilitado a chegada ao poder do governo mais à direita e mais anti-social que tivemos desde o 25 de Abril.
Por onde andam agora os protestantes? Onde estão as suas bandeiras de luta? Porque estão calados os entusiasmados slogans de contestação?
Lembram-se dos gritos contra Sócrates o mentiroso? Ao que parece a palavra, de tanto uso ficou gasta, pois agora já não chamam mentiroso a quem tornou banal o hábito de desdizer hoje o que afirmou ontem e que faz hoje no governo o contrário do que jurara que iria fazer, quando se comprometia nos seus discursos e entrevistas, durante as eleições.
Tenham santa paciência… Haja coerência, porque tanta trapaça e tanto descaramento nos estão a arrastar para um caminho que não nos conduz para nada de bom.
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