Jobs for the boys tornou-se uma maledicência que reflecte a descrença que está a atingir os partidos políticos. Naturalmente que os mais atingidos são os que pertencem à área da governação.
Mas, esta expressão, a que foi dado um sentido tão pejorativo, aponta para uma questão a que não tem sido prestada a devida atenção. Os maiores partidos têm as suas organizações de juventude, coisa que, em princípio, terá de ser vista como natural e positiva. As juventudes partidárias devem ter a função incubadora de formar as sucessivas gerações de políticos que devem servir a governação do país. Ora, o que está a acontecer é que, em todas elas, a função formadora, que devia ser essencial, tem desaparecido para dar lugar a uma função meramente arregimentadora. Em vez de promoverem a formação dos seus jovens militantes, utilizam-nos como meros propagandistas, treinam-nos nos truques e manigâncias que se destinam a integrá-los nas manobras de assalto ao poder.Ou seja, treinam agitadores mas não formam políticos.
Na ânsia de alcançarem esse objectivo o mais depressa possível, não lhes dão tempo para amadurecerem competências e para estruturarem o carácter, condições essenciais para os que se destinam a assumir responsabilidades políticas.
Por isso, temos políticos cada vez mais jovens em cargos de grande importância. Será também por essa razão que os políticos têm cada vez menor qualidade? Não por serem jovens. Mas por serem jovens com pouca ou nenhuma formação.
Quem sabe? Se os partidos cuidassem mais da formação das suas juventudes, os boys que iriam ocupar os jobs estariam tão bem preparados que a frase jobs for the boys, deixaria de ter uma conotação pejorativa e passaria a ser entendida como um elogio...
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