Quando vou de férias, procuro desligar-me de tudo. Excepto da leitura do diário. Hábito que mantenho há alguns anos ...
Conservei algumas notícias e crónicas pelo grande significado que achei que tinham.
Fazem o favor de ler com atenção esta e verificarem como um governo que tanto se afirma defensor de Portugal, tem ideologicamente a preocupação de manter privilégios sem tomar em consideração os reais interesses dos portugueses.
Não eram eles que iam emagrecer as gorduras do Estado?
Não eram eles que iam equilibrar o défice cortando nas despesas?
Ou será que entendemos mal e se tratava apenas de reduzir a capacidade de cada um de nós fazer despesas?
A
decisão do Governo PSD/CDS de extinção de chefias militares reduz as Forças
Armadas portuguesas a 18 308 operacionais. Somados os dois processos de redução,
o que vinha de 2009, e o agora anunciado [menos 230 militares] o corte total é
já de 1583 efectivos.
O
emagrecimento pretendido pelo ministro da Defesa, Aguiar-Branco, acrescenta na
Marinha um corte de 1,2% (menos 94), no Exército diminui 1% (menos 65) e na
Força Aérea 1,8% (menos 71). Ou seja, as Forças Armadas vão passar a ter menos
11 generais, 83 oficiais e 118 sargentos. Estes são os números oficiais, a
realidade é outra.
Portugal
é o segundo país da NATO com maior peso nos custos com pessoal: 77%. O esforço
financeiro para equipamento é metade dos restantes membros da organização. A
dimensão do efetivo militar [e aqui é necessário incluir também o pessoal
civil] nas Forças Armadas é excessiva face à população. Ele está sobre dimensionado. Temos mais de 4 mil efetivos por cada milhão de habitantes.
Dois exemplos que permitem perceber o que está em causa: em Espanha a relação é
de 3 mil para um milhão enquanto no Reino Unido é de 2800 por cada milhão de
habitantes. Outro dado: em termos médios, praticamente metade dos efetivos
militares fazem parte das estruturas de comando. Percentualmente, por exemplo,
temos mais sargentos e oficiais do que o Reino Unido, mas menos praças.
A
análise detalhada do estado da Defesa Nacional realizada pela Fundação Oliveira
Martins mostra-nos umas Forças Armadas desajustadas, presas a uma rigidez na
despesa com pessoal, que tem vindo a reduzir de forma preocupante a margem para
investimentos em equipamento adequado, para além de criar valores salariais
médios/baixos. Nalguns casos demasiado baixos.
Esta
desordem obriga a uma rápida, mas acertada, correção, ou um destes dias - pode
parecer anedota, mas não é - não haverá quem possa varrer a parada.
Diário de Notícias ,24 Agosto de 2012
Ou seja, temos muitos quadros de chefia militar mas o exército não está devidamente equipado e é reduzido o número de soldados...
Então, quem é que está a viver acima das suas posses?
Sem comentários:
Enviar um comentário