O País brinca, mas Relvas continua a tratar dos seus
negócios
Apesar da sua insustentável posição, transformado em motivo de chacota nacional, o ministro Relvas lá vai conseguindo o que quer. Todos se demitem à sua volta. E ele lá continua, como prova que neste governo falta ainda mais vergonha do que dinheiro.
Para substituir o administrador
demissionário da RTP - que se preparava para acabar 2013 com lucro, depois de
uma década de esforço desta e da anterior administração para sanear das contas
da empresa - chamou Alberto da Ponte. Currículo do senhor na área? Zero.
Minto. Para além, como é evidente, do apoio conhecido a Passos Coelho, existem
as suas ligações aos negócios angolanos. Tudo o que chega para a sua
função: garantir um dos canais públicos - a concessão foi, volto a insistir,
uma manobra de diversão - aos amigos de Relvas. Para destruir uma empresa não é
preciso ter a mais pálida ideia do que é o serviço público de televisão ou, tão
pouco, conhecer o negócio dos media.
Vindo da Central de Cervejas, Alberto
da Ponte foi levado por Relvas, para quem se recorda, ao programa
"Reencontro", em Luanda, onde nos foi oferecida uma amostra do
que será o jornalismo num canal de inspiração relvista. Programa que levou, se
se recordam, ao despedimento de Pedro Rosa Mendes.
Nomeado o privatizador, Miguel Relvas
prepara-se para o assalto final. Os portugueses vão aceitar que um ministro
cuja a simples participação no governo é motivo de embaraço nacional escape a
todo o escrutínio público e trate dos seus negócios à nossa custa? Se sim, têm
o ministro que merecem.
In Expresso, 6 Set, 2012
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