terça-feira, 7 de janeiro de 2014

DA MANIPULAÇÃO



“Trabalhar a linguagem, transformá-la, usá-la como instrumento de poder, sempre foi marca de qualquer poder. Este Governo, sustentado por uma máquina de comunicação composta por centenas de assessores e apoiado por agências de comunicação especialistas em manipulação da opinião pública, tem sido perito neste campo, talvez aquele em que a sua competência menos pode ser beliscada. Parecem imparáveis, porque perderam toda a vergonha e limitam-se a continuar, a manter-se no poder, é essa a sua única preocupação - com o objectivo de implementação de um programa ideológico de empobrecimento e de aprofundamento das desigualdades sociais. A linguagem pavimenta o caminho para as próximas eleições, e tudo será dito, e o seu contrário, para a reconquista do poder e a manutenção do status quo. Servir o povo, o ideal da democracia, é apenas um pormenor da História. Uma chatice.”
(Sérgio Lavos, in Arrastão)

A propaganda é o instrumento privilegiado dos políticos, porque ela lhes permite desenvolverem as suas estratégias da forma que melhor lhes garanta a consecução dos objectivos que pretendem atingir.
Claro que as deficiências culturais da população criam o ambiente favorável para que prospere a manipulação. A ausência de sentido crítico e a indiferença generalizada potenciam a proliferação de uma aceitação de propostas que vão exactamente no sentido contrário aos interesses daqueles que consente ou apoiam os absurdos projectos que lhes vão sendo apresentados como se fossem formidáveis soluções.

Tudo isto dá uma arrepiante actualidade á afirmação de Eça de Queiroz em O Conde de Abranches:
Este governo não cairá, porque não é um edifício.
Sairá com benzina, porque é uma nódoa.


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