José Luís Arnaut foi ministro de
Durão Barroso e de Santana Lopes. Anda nos corredores do poder há muitos anos e
teve direito, claro está, a uma comenda. Nos tempos em que parecia que Arnaut
se dedicava à política, era uma espécie de Relvas que sabia ler e escrever.
Mais polido do que o aprendiz de Tomar, dedicou-se a uma das mais antigas
profissões das democracias: fazer uma ponte entre o mundo dos negócios e o
Estado, quase sempre com vantagem clara para o primeiro. Era e continua a ser,
usando alguma liberdade de linguagem, um facilitador.
A Rui Pena & Arnaut, sociedade de
advogados de que é um dos sócios, esteve ligada à privatizações da REN e da ANA
e envolvida na fracassada privatização da TAP. Nunca sendo muito claro de que
lado joga, como foi o caso da REN, onde o escritório tinha como cliente da Rede
Elétrica Nacional e, em simultâneo, participava na elaboração das propostas de
lei de base e diplomas regulamentares do novo enquadramento legislativo nos
sectores da energia. Essa é, aliás, uma das funções destes escritórios:
autênticos órgãos não eleitos de produção legislativa para o Estado, sem
qualquer verdadeira fiscalização de conflitos de interesses. A RPA também
participou nas negociações dos swaps com o Estado e
representou os interesses da Goldman e da JP Morgan.
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