Ouvindo as pessoas duma geração anterior à minha, fui ficando com a impressão de que há duas ou três décadas, houve em Portugal governantes dotados de capacidade política para pensarem projectos e gerir situações. Homens que se orientavam por doutrinas, convicções e ideologias, que transmitiam às pessoas ideias claras sobre o que pretendiam realizar.
Os políticos de hoje dão a impressão de que vão ao sabor das circunstâncias, recorrendo a artimanhas e astúcias, com uma única preocupação: alcançar e conservar o poder.
A crise que vivemos, dá a impressão de que, antes de ser económica e social, é uma crise de consciência, de princípios e valores morais. Na base de tudo está uma crise de ideias. Não há nem convicções, nem vontade da parte dos que têm a responsabilidade de governar.
É desesperante a impotência que sentimos face a esta crise que dizem global, mas que nós sentimos como essencialmente nacional. Nunca como hoje nos sentimos tão inseguros, perante os poderes ocultos que determinam as nossas condições de vida. Há uma descrença crescente, devido à falta de confiança que nos transmitem os que exercem o poder político. Já não sabemos quando estão a falar verdade ou quando continuam apenas a mentir.
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