Passos Coelho não poupou nada ao erário público com a viagem em classe económica na TAP (o bilhete é-lhe oferecido pela companhia), mas teve uma daquelas atitudes simbólicas, de teor populista (nada irrita mais o povo do que as mordomias com que os políticos se têm aboletado), que pode condicionar o resto da Função Pública, e até das empresas do Estado, nas viagens de trabalho.
Por mim, não aquece nem arrefece. Quem me dera poder viajar em primeira. E não me comovo demasiado com atitudes populistas.
Mas esta ida ao 13.º mês, depois de desmentida antes das eleições, já me deixa com dúvidas sobre se ainda vale a pena acreditar em políticos do chamado arco governativo. É que, em vez de cobrar mais impostos, o Governo poderia empenhar-se em reduzir a despesa pública. O fim dos governadores civis também não me diz muito. Fica-me o horror de os ver substituídos por muito mais pesadas e dispendiosas instituições de poder regional.
O que está comprovado ser caro e desnecessário é a avalanche de gente que enche os gabinetes governativos, com funções sobrepostas às da Função Pública. Fico à espera de saber quanto se corta aí, em pessoas e dinheiro – até porque será uma forma de dar também maior produtividade à Função Pública, e seriedade ao trabalho dos gabinetes ministeriais.
Por Pedro d'Anunciação, Sol, 13/72001
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