Todos os dias somos bombardeados com notícias e com análises políticas e económicas que nos demonstram que o país, ao mesmo tempo que não consegue reequilibrar as suas contas, caminha cada vez mais para um agravamento das suas dívidas, o que nos coloca à beira da falência.
Entretanto, a maior parte dos responsáveis políticos, quer a nível central quer a nível local, fazem ouvidos moucos, assobiam para o lado, como se nada tivessem a ver com tal situação. Quer a nível do discurso, quer a nível das práticas, agem como se estivéssemos no melhor dos mundos possível.
Como acreditar na competência de gente que de forma tão leviana se comporta como se não houvesse o perigo de comprometermos as bases da nossa sobrevivência, empenhando o nosso futuro na realização de actividades de diversão que não fazem senão agravar os nossos problemas?
Como aceitar que se gaste em festas e festarolas aquilo que, a breve prazo, nos poderá vir a faltar para a saúde, a educação e apoio aos mais necessitados?
Como ficar tranquilo perante este bambúrrio de irresponsabilidades que nos fazem ganhar cada vez menos, ter cada vez menos empregos e estar cada menos certos de podermos ter uma vida estável no presente e com a esperança de segurança na velhice?
Há responsáveis municipais que, em vez de organizarem serviços de apoio aos mais necessitados, se dão ao luxo de organizar autênticos banquetes para gente que não tem necessidade nenhuma de ser apoiada. A caça ao voto pode justificar muita coisa. Mas, ao mesmo tempo, revela a falta de sentido do dever no que respeita ao gasto do dinheiro de todos nós para resolver os problemas das comunidades. É preciso não esquecer que as grandes necessidades levam a problemas sérios como a marginalidade e o crime e tudo isso contribui para a insegurança de todos.
É tempo de estarmos atentos enquanto ainda há tempo para se tomarem as decisões mais acertadas.
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