Meus caros comentadores:
Já me sinto mais consolado por encontrar em vocês eco para as minhas frustrações no que respeita a estas coisas a que aqui, em Campo Maior, se teima em continuar a chamar cultura. No fundo, nem sequer chegam ao nível do simples entretenimento porque, na verdade, estão todos tão entretidos com as suas conversas tão barulhentas de som como vazias de sentido que não se entretêm nada com o que está a acontecer em termos de espectáculo. Aquela gente vai para ali fazer o mesmo que faria se não houvesse espectáculo nenhum. Ou seja, vai apenas passar tempo.
Por isso, não vejo razão para pruridos de elitismo quando reclamamos por nos serem impostas situações destas, a nós, os que gostávamos que os espectáculos o fossem para que a verdadeira cultura acontecesse. Claro que estou a falar da banda e não das barulhentas pimbices que nos vão impingindo. Temos todo o direito de mandá-los entreter-se com essas coisas onde bem entenderem mas, na condição de que nos deixem em paz quando os "entretenimentos" não lhes dizem respeito. Isto não é elitismo, mas realismo. Concordo que mais vale pagar e ter qualidade do aguentar o suplício de estarmos perante coisas com valor mas às quais nos impedem de assistir em condições decentes. Acho que o exemplo do espectáculo de Teresa Salgueiro, no belo espaço da nossa Praça, foi bem elucidativo disso. O recado para os responsáveis autárquico é muito bem dado. Diz-se por aqui um provérbio muito adequado: ovelhas não são para matos. E, na verdade, se nem todos são para tudo, nem todas as coisas se podem destinar a todas as pessoas.
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