Sei bem que, infelizmente, hoje o problema é geral. A todos os níveis, a política foi dando lugar a um oportunismo hipócrita em que a habilidade consiste em ir fazendo mais o que as pessoas querem, do que em propiciar-lhes aquilo de que elas verdadeiramente necessitam.
Se isto é verdade a nível dos países é, no entanto, muito mais evidente ao nível do poder local. Principalmente quando se trata de cultura. Se o povo quer entretenimento, os que ocupam os cargos políticos, esmifram-se delapidando os orçamentos para satisfazerem a gula popular por alarvidades, parvoíces e coisa de gosto tão imbecil quanto inútil. Já alguém que tinha grande interesse em elevar o nível cultural do povo disse, com muita clarividência que não é a arte que tem de descer ao nível do povo, é o povo que tem de subir ao nível da arte. Assim, com esta clareza, temos explicada a diferença entre propiciar cultura que serve para desenvolver e dar diversões pacóvias que servem apenas para estupidificar as pessoas.
Só por má fé ou por burrice se pode considerar que pensar assim é elitismo.
Já agora e a propósito: o homem que queria que o povo fosse elevado até à arte chamava-se Vladimir Ilich Ulianov, mas era muito mais conhecido pelo anexim de Lenine.
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