terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ó SENHORES DA EXCELENTÍSSIMA CÂMARA!



Mas que raio de “branca” vos passou pela cabeça para terem dado origem a semelhante “bronca”?

Vejamos os factos:
1.      Os senhores convocam a população para Inauguração da Casa-Museu Santa Beatriz da Silva – Campo Maior, com a seguinte programação:
15horas – Inauguração da Casa-Museu …
– Apresentação do livro Vida e Obra de Santa Beatriz da Silva, de Francisco Galego.

2.      Chegada a hora marcada, dirijo-me ao local para onde tinha sido convocado e onde cheguei esbraseado pela inclemência própria da época e da hora. Logo aí comecei a sentir algumas dúvidas sobre a pertinência das decisões tomadas pela organização.

3.      Encontrei em espera um razoável agrupamento de gente – surpreendeu-me que debaixo daquela torreira fossem tantos, mas levei aquilo para o lado da fé que, como é sabido, move montanhas; portanto, pensei que mais fácil seria mover as vontades. Fiz como os que já lá estavam: abriguei-me na sombra, junto à parede, como, salvo seja, costumam fazer as ovelhas quando o calor aperta.

4.      Esperei pacientemente, ouvi os discursos que, na circunstância foram sendo feitos pelas personalidades presentes, mas com uma dúvida a causar-me algum incómodo: como o autor do livro estava presente, temi que fosse ali, debaixo daquele calor, que fosse feita a apresentação do livro.

5.      Fiquei tranquilo quando deram a indicação para irmos entrando em lotes de 30 cabeças. Chegada a minha vez entrei, recebi um livrinho que amavelmente me foi oferecido e procurei onde ia ser feita a apresentação do livro. A resposta foi: “A apresentação do livro vai ser no Centro Cultural às 19.30 h”. Em casa fiz uma primeira abordagem ao livro que me despertou um interesse ainda maior do que a expectativa que tinha à partida.

6.      Chegada a hora lá fui ao Centro Cultural, até porque tinha a intenção de pedir alguns esclarecimentos ao seu autor. Aí começou a grande surpresa: a apresentação que ia acontecer respeitava apenas a um outro livro que eu sabia que vinha também indicado no programa. Naturalmente perguntei pela apresentação do que tinha sido dado na Casa-Museu. Percebi que afinal, para esse, não havia apresentação nenhuma.

7.      Claro que me senti um pouco logrado. Pior fiquei quando, chegado a casa, pude comparar as duas obras que me tinham sido oferecidas. Como resultado passei da sensação de estranheza à de perplexidade. Então, em Campo Maior foi apresentada a obra inédita e, na minha modesta opinião, um contributo interessante para a compreensão da personalidade e obra de Santa Beatriz, sem se ter dado qualquer destaque ou relevo, sem merecer qualquer referência pelos que discursaram e sem ter dado lugar à mais singela apresentação e deu-se todo o relevo a uma obra publicada em 2011, que consiste em resumos de comunicações feitas num congresso e nos dados biográficos dos comunicantes?

Desculpem mas, para mim isto não faz qualquer sentido. Apenas me ocorrem à mente velhos ditados como estes dois:
            - Santos da terra não fazem milagres (e acrescento: mesmo que queiram explicar e divulgar a Santa que esta terra gerou):

            - No melhor pano cai a nódoa (e acrescento: não afirmo que o vosso pano possa ser considerado o melhor, mas o que penso é que, mesmo para um pano assim-assim, esta nódoa foi mesmo muito grande).

Fiquei tão zangado que acabei por tomar uma atitude um tanto ou quanto infantil: tinha pensado em ir assistir à apresentação dos candidatos que decorria, um pouco mais tarde. Mas, emburriquei e recusei-me a ir. Paciência! Daí não virá mal ao mundo, nem ninguém ficará incomodado por isso.

1 comentário:

  1. O seu último Post "Falar Claro" assenta que nem uma luva neste texto. Na verdade na nossa Edilidade há um défice de gente vocacionada para assumir realizações deste tipo. Em tempos houve uma situação que me levou a escrever um post. que intitulei de: " O Seu a Seu Dono" e que se passou com a minha Pessoa. Leia-o e depois retire as ilações.

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