sábado, 21 de setembro de 2013

UM CASO EXEMPLAR



Sem mais explicações e, mais uma vez, a título excepcional, transcrevo uma mensagem que acabo de receber, tal como a recebi: sem alterar ou acrescentar uma vírgula.


Caro(a) Senhor(a)

Há bastante tempo que sigo o que vem publicando. Embora pense que se trata de um homem, não excluo a possibilidade de que seja uma senhora. Porque não?
E, porque não sei a quem me dirijo, posso estar à vontade para lhe dizer que tenho aprendido muito com os seus escritos. Às vezes nem é bem aprender. Trata-se mais de me fazer pensar. Digo-lhe mais. Mudei a minha maneira de pensar em muitas coisas. Por exemplo, no que respeita à política. Antes ligava tão pouco que ou não votava ou se votava fazia-o por mera simpatia sem atender aquilo que uns e outros diziam. No fundo pensava que era tudo o mesmo. Eram políticos e pronto. Acabavam por fazer todos o mesmo tanto para o bem como para o mal.
Consigo aprendi uma coisa a que agora dou muita importância e que só consigo dizer deste modo: o nós termos bons ou maus políticos é responsabilidade nossa porque é o voto de cada um de nós que os ajuda a irem para o poleiro.
Agora passei a estar mais atento. Escuto com atenção e leio para me manter mais informado e para saber fazer as minhas escolhas.
Estamos agora em campanha eleitoral. Como agora já não escondo as minhas opiniões, faço até questão de dizer aquilo que penso e chego mesmo ao ponto de não evitar dar a entender em quem penso votar. Pelo menos digo o que penso àqueles com quem trabalho e com quem convivo.
Estes seus últimos escritos decidiram-me a escrever-lhe para lhe dar conhecimento de um caso que me parece mostrar bem como pensam e como se comportam certos políticos.
A razão deste meu escrito, está relacionada com tudo isto que lhe vou contar e em que eu próprio teria dificuldade em acreditar se não se tivesse passado comigo.
Em tempos, eu e minha mulher tivemos uma certa convivência com um dos que agora se candidatam. A minha mulher até se juntava bastante com a mulher dele. Enfim, parecia haver uma certa amizade.
Pela razão que já expliquei, era sempre para ele que ia o nosso voto. Mas, fui ficando mais atento como já disse e comecei-me a aperceber de certas coisas que nem me tinham passado pela cabeça. A corrupção existe e de que maneira. Mesmo nas terras pequenas. Eu e a minha mulher começámos a juntar as coisas que víamos e ouvíamos e a tirar as nossas conclusões. A política enche os bolsos de muitos dos que se servem dela para se servirem.
Devem ter chegado aos ouvidos desse candidato coisas que nós passámos a não evitar de dizer e a reacção não se fez esperar. Primeiro foi a mulher dele a atazanar a minha. Agora, há poucos dias, encontrei o dito candidato que depois de um frio cumprimento me atirou à cara: Então é verdade que me vais trair votando no outro? E a tua mulher que se fazia tão amiga da minha, não tem vergonha de agora ir ter a desfaçatez de votar contra mim? Quer dizer que a amizade já não conta para nada?
Voltei-lhe as costas sem nada dizer. Achei que não valia a pena.
Conto-lhe isto para ver como tem razão nas muitas coisas que tenho entendido no que tem escrito sobre ser político e sobre o modo de estar na política.
Não me importo se você contar isto a alguém, afinal é bom que haja cada vez mais gente a encarar estas coisas com seriedade. Só não assino. Sou uma pessoa pacata que não gosta de dar nas vistas nem de se meter em confusões. Mas entendo que estas situações devem ser denunciadas.  
Com os meus cumprimentos e o meu muito obrigado.
Continue a escrever pois pode ter a certeza de que haverá sempre quem goste de ler.



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