Sem mais explicações e, mais uma vez, a título excepcional, transcrevo
uma mensagem que acabo de receber, tal como a recebi: sem alterar ou
acrescentar uma vírgula.
Caro(a) Senhor(a)
Há bastante tempo que sigo o que
vem publicando. Embora pense que se trata de um homem, não excluo a
possibilidade de que seja uma senhora. Porque não?
E, porque não sei a quem me dirijo,
posso estar à vontade para lhe dizer que tenho aprendido muito com os seus
escritos. Às vezes nem é bem aprender. Trata-se mais de me fazer pensar. Digo-lhe
mais. Mudei a minha maneira de pensar em muitas coisas. Por exemplo, no que
respeita à política. Antes ligava tão pouco que ou não votava ou se votava
fazia-o por mera simpatia sem atender aquilo que uns e outros diziam. No fundo
pensava que era tudo o mesmo. Eram políticos e pronto. Acabavam por fazer todos
o mesmo tanto para o bem como para o mal.
Consigo aprendi uma coisa a que agora
dou muita importância e que só consigo dizer deste modo: o nós termos bons ou
maus políticos é responsabilidade nossa porque é o voto de cada um de nós que os
ajuda a irem para o poleiro.
Agora passei a estar mais atento.
Escuto com atenção e leio para me manter mais informado e para saber fazer as minhas
escolhas.
Estamos agora em campanha
eleitoral. Como agora já não escondo as minhas opiniões, faço até questão de
dizer aquilo que penso e chego mesmo ao ponto de não evitar dar a entender em
quem penso votar. Pelo menos digo o que penso àqueles com quem trabalho e com
quem convivo.
Estes seus últimos escritos
decidiram-me a escrever-lhe para lhe dar conhecimento de um caso que me parece
mostrar bem como pensam e como se comportam certos políticos.
A razão deste meu escrito, está
relacionada com tudo isto que lhe vou contar e em que eu próprio teria
dificuldade em acreditar se não se tivesse passado comigo.
Em tempos, eu e minha mulher
tivemos uma certa convivência com um dos que agora se candidatam. A minha
mulher até se juntava bastante com a mulher dele. Enfim, parecia haver uma certa amizade.
Pela razão que já expliquei, era
sempre para ele que ia o nosso voto. Mas, fui ficando mais atento como já disse
e comecei-me a aperceber de certas coisas que nem me tinham passado pela
cabeça. A corrupção existe e de que maneira. Mesmo nas terras pequenas. Eu e a
minha mulher começámos a juntar as coisas que víamos e ouvíamos e a tirar as
nossas conclusões. A política enche os bolsos de muitos dos que se servem dela
para se servirem.
Devem ter chegado aos ouvidos desse
candidato coisas que nós passámos a não evitar de dizer e a reacção não se fez
esperar. Primeiro foi a mulher dele a atazanar a minha. Agora, há poucos dias,
encontrei o dito candidato que depois de um frio cumprimento me atirou à cara:
Então é verdade que me vais trair votando no outro? E a tua mulher que se fazia
tão amiga da minha, não tem vergonha de agora ir ter a desfaçatez de votar
contra mim? Quer dizer que a amizade já não conta para nada?
Voltei-lhe as costas sem nada
dizer. Achei que não valia a pena.
Conto-lhe isto para ver como tem
razão nas muitas coisas que tenho entendido no que tem escrito sobre ser
político e sobre o modo de estar na política.
Não me importo se você contar
isto a alguém, afinal é bom que haja cada vez mais gente a encarar estas coisas
com seriedade. Só não assino. Sou uma pessoa pacata que não gosta de dar nas
vistas nem de se meter em confusões. Mas entendo que estas situações devem ser
denunciadas.
Com os meus cumprimentos e o meu
muito obrigado.
Continue a escrever pois pode ter a certeza de que haverá sempre quem goste de ler.
Continue a escrever pois pode ter a certeza de que haverá sempre quem goste de ler.
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